sábado, 25 de agosto de 2012

FEIJOADA - 45ª DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS!


terça-feira, 21 de agosto de 2012

O Tempo (Paulo de Tarso)



Esta noite perdido em pensamentos,
Deixei-me levar pelas músicas...
E me perdi no tempo.
Mal comecei, ainda era tardezinha, quando me dei conta, já era madrugada.
O sono em breve chagava e eu, absorto em minhas lembranças, sonhava...
Sonhava com um passado que já não existia mais, mas que em mim era só presente.
Era um agora que eu não vivia, mas sentia como sempre.

Ah! O Tempo!
Um nascer e um por do sol delimitam-no em sua essência,
Aguardar na sala aquele novo filho, uma eternidade...
A eternidade no colo da pessoa amada, um átimo de minuto.
Todos no mesmo tempo, mas em distintas durações.
Quem é você, oh Tempo, que não se mostra por inteiro?
Para cada um, o seu pedaço; em cada qual o seu quinhão.
Se és para mim tão pesado senhor, dai-me a forma de compreender o seu passar
Dai-me a força para não me arrepender de tê-lo conhecido.
Tempo, dai-me a permissão de viajar em ti,
E voltar naqueles dias de outrora, em que fui extremamente feliz...
Ou, nos tempos de agora, onde busco no amanhã as flores que ornarão o meu jardim da existência.

Oh! Tempo! Quanta mágoa guardei de ti!
Me tiraste a oportunidade de ficar ali, em contemplação, apenas porque outra atividade o exigia a presença.
E aquela soneca frouxa da manhã? Por que não me deixaste ali, repousando o meu medo de acordar?
Quantas vezes desejei não tê-lo? 
Mas, agora, vejo no passar dos anos, o quanto ainda tenho de ti.

Amigo Tempo!
Permita que o seu relógio não atropele os meus dias
Faz-me reconhecer que o que tanto resta do que me concedes é o quanto falta para começar em mim.
Por isto eu te peço, Tempo, ensina-me a viver-te.
Ensina-me, Tempo, a sentir-te...
Pois, se um dia despertou em mim para que eu nascesse,
Outro dia se porá em mim para que eu me vá
E, na essência deste espaço de sua falsa existência...
Terei vivido a minha vida, mesmo sem querer.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Materialistas, Graças a Deus! (Paulo de Tarso)

(Paulo de Tarso)

“Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada”. (Tiago 1:5)
Carlos Roberto Richet, eminente cientista, médico, projetista de aeronaves, ganhador do Premio Nobel de Medicina, foi um daqueles seres humanos que trabalhou durante a sua vida para tentar mudar a ordem dos pensamentos vigentes, fenômeno que hoje em dia é conhecido como desrupção. Esta ocorre sempre que algo que é tido como certo, preciso caminho para a humanidade, torna-se, por obra de alguma descoberta ou novo sentido, ultrapassado e digno do esquecimento por parte dos que vivem o dia de amanhã.  Richet, ao defrontar-se com a evidencia de que havia pessoas produzindo fenômenos cuja manifestação se dava além das fronteiras do corpo humano, prostrou-se no trabalho de investigação dando origem à Metapsiquica, ramo da ciência que estudaria tais fenômenos. Contudo, mesmo convencido de que havia mais coisas entre o céu e a terra do que a sua imaginação podia imaginar, paralisou a sua marcha ante a incredulidade dos seus pares, cientistas materialistas, cuja opinião acerca dos colegas que tratavam das coisas do espirito como explicação para fenômenos naturais, não era nada estimulante. Somente a idade, que a todos atinge, lhe possibilitou asseverar com mais liberdade que não havia saída para o materialismo que não entender ser a fusão entre a religiosidade e ciência a revelação de tudo o que os tubos de ensaio não conseguiam desvendar. Em seu ultimo livro, intitulado providencialmente “Au Secours” (Em socorro),  destacou:
“Sou forçado a confessar que o progresso das ciências (que tanto honram a inteligência humana e lhe melhoram as condições de vida material) não transformará a nossa mentalidade, nem nos dará outra concepção do dever.
(...)
Como sou audacioso, afirmo que a humanidade necessita de uma religião, de uma adoração que não seja a do dólar, e afirmo também que as concepções da humanidade futura alcançarão muito além da explicação material e mecânica das coisas que nos surpreendem.
(...)
Essa nova religião, que pressinto nos sonhos vaporosos de minha imaginação, não será propagada  por um Moisés, um Cristo, um Buda, um Maomé. Não terá Messias nem profetas mas, ao contrário das demais religiões, suas bases serão científicas.”
Rendeu-se o materialismo de Richet ante as evidencias de que o caminho para as verdades concretas, em um mundo cada vez mais ilusório e imaterial, conduz-nos à espiritualidade em todo o seu esplendor.
Seguindo uma mesma linha, Albert Einstein afirmou: “A Ciência sem a religião é manca e a Religião sem a Ciência é cega”, antecipando o que seria hoje um dos principais desafios da humanidade: Transcender a sua realidade material em busca da verdadeira essência do ser.
Dentro de uma retrospectiva histórica, as religiões sempre trouxeram em seus dogmas os chamados preceitos morais. As “Leis Morais” chanceladas pela assinatura mágica dos Deuses tornaram-se para a humanidade o conteúdo de um manual de sobrevivência na selva. Viver bem significa viver em conformidade com as Leis de Deus.  Obviamente que, em cada tempo, a linguagem teve que se adaptar à cultura da época, visando atingir aqueles a quem a mensagem se destinava. No tempo de Moisés, as leis divinas eram de caráter fisiológico, dado que os homens daquela época tinham preocupação com seu corpo e suas necessidades carnais. Com Jesus, as leis foram emocionais e, traduzidas em um conceito pedagógico de ir do concreto ao abstrato, tornaram-se parábolas cuja interpretação pôde ser portada para qualquer época sem perder a sua atualidade. Na revelação Kardequiana, as Leis Morais voltam em uma releitura do evangelho de Jesus, acrescida de uma ascensão ao imaterial, à transcendência do ser que é material e espiritual ao mesmo tempo. Contudo, todas as Leis Morais, embora tragam conteúdos implícitos em sua forma de dizer, foram traduzidas, mais uma vez, ao “pé da letra”, em leis fisiológicas de comportamento. Mesmo os espiritualistas religiosos encontram dificuldade em exprimir em vivencia a sua realidade espiritual.
A vivencia de uma experiência carnal transcendente implica em tornamo-nos não crentes, mas conscientes de uma nova verdade; somos seres de composição dual, parte carne e parte espirito, por cujo equilíbrio lutamos em uma, dentre tantas, existências. Neste particular, a ciência deve seguir o rumo da lucidez e buscar em outras fontes a explicação para tudo que não pode ser visto sob a óptica Newtoniana da existência. Neste particular, o biólogo e cientista, diretor do projeto Genoma, Dr. Francis Collins, afirma com propriedade: “A ciência não é a única forma de aprender. A visão de mundo espiritual fornece outra maneira de encontrar a verdade”.
Apesar de dizermo-nos crentes de uma realidade espiritual, vivemos em um mundo de matéria concreta. Tocamos os objetos que nos cercam, sentimos os cheiros, percebemos as imagens de um mundo real e tudo isto nos leva a crer que temos dois universos físicos: um material e um imaterial ou etéreo. Neste particular, dedicamos parte do nosso tempo a cada um dos mundos, confrontando-os quando os limites entre um e outro parecem não existir. Vamos aos cultos do domingo carregando as preocupações com as nossas limitações materiais e deixamos os nossos pensamentos em devaneio quando devemos encontrar a realidade do nosso dia-a-dia. A conveniência nos impele a cada um dos cenários, sendo ainda hoje difícil a existência de ambos em um, na unicidade prevista e desejada pelo nosso criador. Disto resulta a nossa material espiritualidade. Vivemos no fisiológico e pregamos o espiritual. Talvez assim explique a nossa tendência de ler as leis de transcendência como Leis Morais e de abstrair as Leis Morais em leis espirituais apenas pela conveniência do discurso ajustado àquilo que queremos acreditar.
Como exigir da ciência uma postura espiritualista se nós, espiritualistas, insistimos em viver uma vida pregada no material? Talvez ajude a pensar um pouco ao percebermos o que o destacado cientista físico, ganhador do premio Nobel,  de cuja pesquisa resultou  um sólido respaldo à teoria do Big Bang, Dr. Arno Penzias,  afirma: “Os melhores dados que temos são exatamente aqueles que eu havia previsto, e eu não tinha com o que prosseguir a não ser os cinco livros de Moisés, os Salmos, a Bíblia como um todo”.
O Espiritismo, em sua verdade e em sua acertada estrutura tríplice, anteviu que o casamento entre ciência e religião é o caminho coerente para a transcendência. Quando Kardec trouxe a prudência na fé como instrumento de validação da doutrina, abriu as portas para que haja vida longa para todos os postulados asseverados pela espiritualidade. A ciência atual busca Deus em suas explicações e teorias, ajustando o passo para que consigamos a Ciência Religiosa ou a Religião Científica do futuro. A nós, cabe darmo-nos as mãos para a claridade e necessidade da nossa transcendência, galgando um futuro onde o misterioso será o normal, o extraordinário o quotidiano e o amor, essência plena da mensagem de Deus, será o único norte a ser conquistado pelas nossas consciências.
“A vida é curta. O índice de mortalidade será diferente para cada pessoa num futuro previsível. Abrir-se para a vida do espírito pode ser uma experiência enriquecedora. Não fique protelando a reflexão sobre essas questões de significado eterno até que uma crise pessoal ou idade avançada o obrigue a reconhecer o empobrecimento espiritual”. Dr. Francis S. Collins- A Linguagem de Deus.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O Tempo (Paulo de Tarso)


Não percamos o tempo do agora,
Não esperemos o dia que ainda vem
Porque o tempo é coisa que vai embora
E  vida passada é coisa que não mais se tem

Por isso, não se engane quanto ao tempo
Relógio que em meu peito pulsa qual um coração
E Deixe sua vida ir tal qual o vento
Alcançando no infinito a direção

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

O Sofismo, a Pesquisa e a Ignorância. (Paulo de Tarso – CEMI)


                               “A ciência busca o Como enquanto Deus explica Por Que. - Pt”
Parte das agonias humanas, a necessidade de provar sempre tudo a todo tempo é algo que parece estar ínsito á sua condição de ser pensante. Desde que inquiriu a natureza em busca de respostas para os enigmas da existência, o Homem tem tentado dar respostas a todas as perguntas que lhes são feitas ao longo da sua jornada, mesmo que, para isto, tenha que usar de instrumentos bastante hábeis, mas pouco eficazes.
Podemos comparar o ser questionador em busca de respostas a um conjunto de dois sacos grandes: Um das coisas que “Eu sei” e outro das coisas que “Eu não sei”. Ao nascer, o saco do “Eu Não Sei” é muito maior e mais cheio de dúvidas. Neste local, a esta época, começam a serem  colocadas novas perguntas que vão se somando às já existentes, levando o desbravador da vida à idade dos “Por Quês”.
À medida que as respostas vão chegando, combinadas na lógica dos raciocínios predominante neste ser, o saco do “Eu Sei” vai tomando forma, criando substancia, formando uma base que ajuda este peregrino a elucidar cada vez mais questões. Diariamente, trabalhamos nesta dura tarefa de entender a vida. O ser cresce, humaniza-se dentro dos padrões de respostas que obtém, forma hábitos fundamentados nas certezas das suas crenças e diferencia-se por uma personalidade que, dentre outros componentes, lastreia-se no muito ou pouco do que eu sei desta e de outras existências.
A questão é que não temos a exata certeza de que as nossas perguntas são as certas, se as respostas são também as corretas e, principalmente, se fizemos as perguntas corretas para a pessoa certa e no tempo certo.
Obviamente que a tradução do “Eu não sei” para o “Eu sei” significa dar sentido a algo, fazer lógico o que parece obscuro ou inexistente. A luz do conhecimento brilhando sobre o quintal da nossa ignorância revela paisagens que jamais imaginamos existir; dá sentido a objetos até então insignificantes e nos faz entender a real dimensão das nossas vidas e dos nossos limites. Um erro na interpretação das dúvidas existenciais, uma base falsa par sustentar o raciocínio, pode criar mentes desajustadas, pessoas desconectadas da realidade e diversos outros problemas de ordem existencial, para o que a sociedade moderna busca incessantemente remédio, dada a grande incidência.
No meio do caminho entre os dois “sacos” existem normalmente aqueles filtros interpostos por nossas crenças, os quais impedem de que novas verdades se revelem. Assim, impedimos que visões diferentes daquelas que formam os nossos padrões se misturem àquelas lá já depositadas. Da mesma forma, colocamos intérpretes para a tradução daquelas verdades mais difíceis de interpretar. Neste quesito, elegemos os Gurus, os Mestres e Professores, aos quais legamos a obrigação e o direito de nos traduzir. Obviamente que ai estaremos correndo o risco de ver o mundo pelos olhos dos outros, sem aquela marca de nós mesmos, tão comum em todas as nossas percepções. Intérpretes podem nos iludir com seus “truques verbais” nos levando a acreditar no impossível, subverter a lógica e nos tirar da realidade para um mundo da conveniência, da manipulação e do erro.
A ciência que é a prática da descoberta do “Como?” tem se esforçado para  dar-nos respostas a muitas coisas do Universo; a origem, a expansão, a criação dos mundos e dos seres, a evolução, dentre inúmeros problemas apresentados à existência. Em suas práticas, métodos de experienciação  que podem ser repetidos sob as mesmas condições, tem levado os cientistas a perceber as partículas de “Deus” no universo, ouvir a explosão do “Big Bang” e perquirir a minúscula partícula em busca do improvável da existência. Contudo, enquanto ela tenta por seus métodos buscar o “Como?”, afasta-se cada vez mais do “Porque”, a este cabendo a exclusiva e necessária hegemonia de um Deus Criador como uma explicação possível. O Materialismo, fortalecendo a certeza da desnecessidade de um Criador como hipótese para explicar os fenômenos da existência, dá-se ao ridículo de ver os seus postulados caírem por terra com o avanço dos seus próprios experimentos e frustra-se por não encontrar na matéria (único campo possível para os materialistas) as respostas necessárias para as novas perguntas feitas pela existência humana a cerca das nossas vidas.
Na ausência de respostas coerentes, a ampla base de conhecimentos já adquiridos abre espaço para o pensamento de base sofista o qual faz parecer verdadeiro algo que carece de substancia de verdade. Premissas verdadeiras em conclusão ilógica ou o contrário, fazem parecer criveis lógicas absurdas que nos são impostas todos os dias, tirando-nos a capacidade de entender a vida como ela é; viramos consumidores de um “fast food” ideológico, ingerindo calorias demais e substancia de menos. É a sociedade de consumo da informação cobrando o seu alto preço. A alienação é o preço por não sabermos a quem recorrer quando queremos formar os nossos próprios conceitos de vida.
No campo da fé, terreno fértil para desabrochar os espertalhões de plantão  e os pseudocientistas que querem explicar tudo pelo quase nada, busca-se nas tendenciosas leituras dos textos evangélicos e nas brechas teóricas da ciência, vazios propostos pela divindade, meios de afirmar ser esta ou aquela denominação religiosa a porta para o verdadeiro entendimento.
Neste particular, Kardec, em sua codificação espírita, asseverou com propriedade: "Se algum dia a Ciência comprovar que a Doutrina está errada em algum ponto, cumpre ao espírita abandonar esse ponto equivocado e seguir a orientação da Ciência". Ou seja, ao propor um modelo que une a Religião, a Ciência e uma doutrina de ordem filosófico-moral, cria um novo patamar de interpretações das chamadas “verdades”. Este “beber de várias fontes” sem pressa ou desejo de explicar o tudo pelo nada, veio para mostrar que é possível construir uma lógica a partir de bases honestamente sólidas.
A pressa em explicar, por exemplo, os intervalos evolutivos do homem apenas por mutações na fisiologia em um plano espiritual, pode fazer com que, caso a ciência no futuro comprove que estamos errados nesta assertiva, possibilitar o ruir das convicções que sustentam as nossas crenças. A calma deve prevalecer, mesmo quando a lógica parece apontar esta verdade com a mais verdadeira. Uma ciência séria deve combater a ignorância com sabedoria e não com a pressa ou precipitação.
A ciência espirita, paralisada por falta de recursos e pesquisadores, deve levantar esta bandeira em primeira ordem, e nós, espiritas, trabalharmos na convicção de que não precisamos de meias verdades para sustentar a nossa crença. Aguardar a evolução das coisas, perquirir as comunicações espirituais com a calma e prudência desejadas, nos possibilitará vencermos a curiosidade em busca de respostas, enchendo o nosso saco do “Eu Sei” com coisas uteis para o nosso desenvolvimento, sem correr o risco de amanhã nos decepcionarmos por falsa crença, traídos pela nossa própria capacidade de pensar. Não ter pressa de avançar em nossa vaidade inquisidora, afinal, dentre tudo que podemos saber, vai um bom conselho dos amigos: A boa Ignorância continua sendo uma benção.