quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
sexta-feira, 19 de abril de 2013
A Figueira e o Homem que Secou (Paulo de Tarso)
A Figueira e o Homem que Secou
(Paulo de Tarso)
Quando olhamos as parábolas de Jesus,
certamente somos tentados a vê-las com os olhos acrobáticos da leitura mais
amena e superficial. Tomamo-las como historietas contadas pelos escribas do
evangelho, adaptadas ao peso dos anos, torcidas ao sabor da interpretação dos
copistas e tradutores e, caminhamos sempre com a premissa que, se forem
palavras doces, foram tiradas diretamente do pensamento do divino mestre e, se
amargas, certamente foi por conta de erros, interpretações duvidosas ou para
que ali se processasse a vontade de Deus.
Certamente, o caminhar da humanidade
pela terra, levou o homem consciente de si a buscar verdades onde a sua razão
não conseguia alcançar. Por falta absoluta de respostas às suas indagações à
natureza, delegou ao seu deus, com “d” minúsculo, a explicação de todas as
elucubrações. Criou os deuses do céu, da terra, das águas doces e salgadas,
criou o deus da vida e da morte, criou até o deus do vinho. No panteão dos
deuses gregos habitavam seres divinos com defeitos morais humanos. Raiva, ira,
rancor, ciúmes, ódio, dentre outros, formavam o caldeirão das deidades
imaginárias que serviam apenas para responder as inquirições do homem
questionador, sem que lhe fosse possível estabelecer qualquer sentido útil
destas conclusões para a sua vida espiritual.
Criaram-se leis, tais quais aquelas
propugnadas a Moisés, e deram a elas origem divina, como resultado de uma
relação direta de causa e efeito pelo não cumprimento destas; formaram-se
códigos de conduta humana, muito necessários nos longevos anos, através dos
quais seguimos como se tais fossem orientações em busca do encontro com o
divino. Externalidades humanas na forma de leis divinas. Enfim, o homem, por
não conseguir se encontrar com a sua verdade interior, da mesma forma que
quando se achou diante de uma natureza perturbadoramente nova e
misteriosa, buscou as respostas de si em um deus, agora unificado, cujo único
caminho do encontro seria o fiel cumprimento das suas leis.
Neste tempo das parábolas,
nascia em uma casa ampla e luxuosa um menino feio. Nascido da união de Hillel
Ben Baruch e Débora Bas Shebua. Ele, um fariseu ortodoxo, e ela, uma
mulher firme e decidida da sua condição de livre pensar, formavam a família do
menino de sobrancelhas vermelhas, cabelos idem e olhos azuis, cujo semblante
revelava um perfil inquiridor, enigmático, do tipo que daria trabalho no futuro
a qualquer que fosse interposto ao seu caminho com ideias diferentes das suas.
Hillel e Débora recebiam
frequentemente convidados à sua mesa para deleite das iguarias quase sempre bem
elaboradas (exceto quando outros ortodoxos iam lá e Débora fazia questão de
honrá-los com um banquete de comida fria e frugal). Nestes jantares, Hillel
lembrava-se de Ali, seu cunhado romano que, embora viril soldado, possuía alma
tranquila e sensível de poucos humanos. Ali, recordava Hillel, contava que
certo dia em uma daquelas visitas à varanda da sua casa, avistou sobre Belém
uma estrela muito brilhante e que, tal qual chegou, como se fizesse as honras
de algum trabalho iniciado, retirou-se abruptamente após havê-lo concluído. Ali
revelava a Hillel o que este achava ser o sinal de que o mensageiro da
esperança havia chegado á terra.
Neste clima suave de ensinamentos das
leis de deus, aliado a extrema sensibilidade dos dedicados pais, Shaul de
Tarshish crescia para tornar-se um homem da lei. Um fiel cumpridor da lei de
deus e um guardião das suas tradições. Formava-se um guerreiro das palavras, em
cujos embates só haviam perdedores. Um profundo conhecedor das leis e códigos
de conduta humana, futilmente atribuídos a Deus (este com letra maiúscula).
Shaul preparava-se para os grandes embates da sua verdade e, para tanto,
deveria estar preparado.
Distante dali, Ioshua Ben Yosef,
filho de Yosef Ben Jacob e Maria, filha de Eli e Ana, o anunciado pela grande
estrela, tornava-se um rapaz. Junto com o seu primo Yocanaãn Ben Zacharias
haveriam de anunciar ao mundo a boa nova, o caminho verdadeiro da vida. Ioshua
inicia a sua trajetória aos 30 anos, quando vai ao deserto para, em meditação,
encontrar-se com o ser cristico que havia dentro de si. Ao sair de lá, não era
mais o menino que atravessava desertos, que estudava escrituras. Agora era
Jesus, o Cristo, mensageiro da imensa paz.
Andava Jesus curando corpos e
salvando vidas, abrandando o sofrimento com gestos e pouquíssimas palavras. Ele
era um exemplo encarnado do reto ser, do reto agir, do reto pensar. Vivia a sua
verdade sem necessidade de nenhuma externalidade. Contrariava aqueles que,
diferentemente dele, pregavam a adesão aos instrumentos externos, às palavras.
Ao vazio de ter sem ser. Jesus era a perfeição do ego estabilizado e centrado
na essência do si mesmo. Um modelo psíquico a ser almejado por todos os homens.
Falava por parábolas, para os homens
do ontem e do agora.
Certo dia, chegando à Betânia, nas
proximidades de Jerusalém, já em seus derradeiros dias sobre a terra, Jesus
teve fome. Não era tempo de figos e lá estava uma figueira cheia de folhas.
Jesus vai até a figueira e estende a mão para apanhar figos. Mas nada havia.
Então Jesus lhe diz: “Que ninguém mais coma frutos de ti”. E se foi. No outro
dia, quando saiam, os seus discípulos dizem: Mestre, olha lá a figueira que tu
amaldiçoaste, secou até a raiz. E Jesus então redargui: isto é para que
compreendam que se tiverdes fé, ordenarás a esta montanha ponha-se daqui
para acolá e esta se moverá.
Um olhar desavisado sobre este
episódio e poderíamos supor ser Jesus um homem exibido que gostava de mostrar o
seu poder aos seus discípulos. Contudo, como conhecemos a sua verdadeira
índole, sabemos que o que ele sempre fazia era aproveitar tudo e todas as
coisas para dar exemplo. Começou nascendo, como rei esperado, em uma manjedoura
ao invés de em um palácio e não escreveu nada, de forma que a sua mensagem não
fosse apenas lida; fosse presenciada e entendida. Assim, diante deste fato,
jamais podemos pensar nesta figueira como uma arvore que morreu inutilmente. A
figueira foi um exemplo da transformação de um homem que é apenas folhas
(externalidades) e que, para nascer e florescer no tempo certo, deve secar
(desprover-se dos seus artifícios exteriores de afirmação do ser) até a raiz. O
homem deve desconstruir-se para se reerguer. Não há transformação espiritual
sem desconstrução/reconstrução existencial. De forma simples e fática,
nos mostrou, mais uma vez, como fazer o caminho para a verdade e para a vida.
Daí, porquanto atormentava aos homens
com suas mensagens desconcertantes, Jesus foi morto covardemente por aqueles
que não queriam desfolhar-se para renascer.
Shaul prossegue com a sua jornada e
chega à Jerusalém pronto para fazer aquilo que mais sabia – cumprir a lei de
deus. Jovem, rico, inteligente, poderoso e orgulhoso de si, Shaul de Tarshish
tornou-se um membro importante do sinédrio e, como querendo apoiar-se mais e
mais em suas convicções, partiu para empreender uma caça àqueles que não criam
em seu deus e não obedeciam as suas leis. Cristãos, estes eram o seu alvo.
Perseguiu, condenou levando a morte,
inúmeras vozes que se rebelavam contra a tirania da razão desprovida de razão,
mas que, obliteradas pelo poder de Shaul, tornavam-se frias e frágeis presas
das leis protetoras das sociedades equivocadas. Mas, o que Shaul não sabia era
que se tornaria presa de uma outra condição humana, tão física quanto as demais
necessidades fisiológicas do corpo. Shaul apaixonou-se por Abigail, jovem
egressa das mazelas da tirania romana que a tinham tirado o seu pai e seu irmão
Jesiel, este feito escravo ainda menino, perdido na sorte dos tempos que tudo
leva. Apaixonado, shaul vai propor a Abigail que se torne a sua noiva e, em
seguida, consorte para um destino comum nos privilégios da corte. Ela, frágil
menina, vai impressionar-se pela possibilidade de viver esta nova vida,
apaixonando-se por aquele rapaz gentil e atencioso, que lhe prometia a todo
instante recuperar, custasse o que custasse, o seu irmão para um novo convívio
familiar.
Em um dia comum de julgamento dos
seus ameaçadores inimigos, Shaul vai ao sinédrio para encontrar-se com Estevão,
Cristão convicto e ciente na nova ordem espiritual da terra. Shaul debate sem
sucesso com o seu opositor, vendo o seu rol de argumentos convincentes
esgotar-se diante de uma absoluta convicção de fé, de racionalidade existencial
e profundidade espiritual, sendo levado ao extremo das suas forças, capitulando
ante a ira daqueles vencidos em suas próprias limitações. Estevão vai ser
condenado à lapidação pública, para deleite dos seus algozes e supremacia de um
deus formado por leis.
Em festa pública, como era costume,
Shaul convida a sua amada para um banquete dos sentidos, apreciando a morte de
mais um inimigo do sistema. Abigail vai, à pedido do seu noivo, e lá vai ser
honrada pelo cumprimento da promessa daquele que a dizia amar. Ao olhar os
olhos de Estevão, Abigail viu Jesiel, quase morto pelas pedras atiradas pelos
que não tinham pecados, rogando a Shaul que permitisse o tão esperado encontro.
Contrariado, Shaul leva Abigail ao encontro do seu suposto irmão, ocasião em
que, o agora Estevão, poderá revelar toda a bondade da existência pautada
no encontro com Jesus, perdoando a todos. Morre Estevão e, com ele, o “amor” de
Shaul por Abigail. A partir daquele momento, Shaul não poderia mais conviver
com aquela que era irmã do seu mais novo adversário. Se as externalidades deste
homem o impediam até de sentir um amor fisiológico, o que dizer do amor
espiritual?
Abigail, frágil e triste, convalesce
às custas da saudade do ser amado, reconfortada apenas nas doces palavras de
Ananias, um forte divulgador da nova doutrina. Convertida, em seus últimos
estertores, vai encontrar um Shaul arrependido, quase ciente da sua vacuidade
interior, para morrer em seus braços arrependidos e sem esperança.
Mais uma vez, a vingança.
Shaul vai ao encontro de Ananias, em
Damasco, com uma caravana pronta para continuar a sua empreitada contra a
inexorável verdade. Na entrada da cidade de destino, vê uma luz (ilumina-se) e
cai (sucumbe diante da verdade). Ali está um homem restrito à sua
cegueira (sem visão da realidade de si), prostrado e vencido ante a um Cristo
renovador e implacável. Cai Shaul - também chamado de Saulo - renasce Paulo.
“Shaul, Shaul, por que me persegues?” – diz a voz da sua consciência. “O que
quer que eu faça?” – agora um homem, restrito à nulidade do seu ser, que se
reorienta para um novo recomeço. Humildade e verdade quando juntas não
podem ser desconsideradas. Eis a figueira de Jesus. Vencido e convencido
da nulidade das suas aparentes folhas, Shaul se vê sem os prometidos
frutos e reduz-se, até a secura da raiz, para iniciar uma nova trajetória rumo
à outra vida.
Paulo despe-se da vaidade, do
orgulho, dos bens materiais e até inestimável capacidade de oratória de Shaul.
Vai ao intimo do ser e renasce, para dar, no tempo certo, folhas e frutos,
conforme esperam aqueles que o procuram as figueiras, na primavera ou no verão,
em busca de sombra e alimento.
Por fim, Jesus acrescentava àqueles
discípulos crentes de qualquer verdade. “Isto fiz para que vocês compreendam
que, se tiverem fé, poderão ordenar àquela montanha – Ponha-se daqui para acolá
– e esta os obedecerá”. Mais uma vez, sem perda das palavras que o tempo não
conseguiu esconder, Jesus diz para os seus discípulos que os mandamentos de
“amar ao semelhante como a si mesmo, dando a outra face quando esbofeteado,
perdoando a todas as ofensas” em nossa jornada pela ditadura do Ego, não são
fáceis de serem seguidos. Tal como montanhas, nos fixamos em nossas convicções
morais e existenciais, sendo, para alguns, impossível mudar. “Se tiverdes fé”,
assim falava o mestre, “nada lhes será impossível”. Assim, a segunda metade
desta parábola indica que, para secarmos para o renascimento temos que ter fé e
acreditar em uma nova oportunidade a cada manhã.
Mas, fé em que mesmo?
Fé no que verdadeiramente somos. Fé
na existência espiritual, na imortalidade da alma, no aprendizado da
evolução. Fé de que estamos aqui para amar e perdoar; de que somos filhos
de Deus (este com D maiúsculo) e que temos a sua semente no íntimo do nosso
ser. Se acreditarmos que a busca está em nós e não nas externalidades,
encontraremos, tal qual Ioshua Bem Yosef encontrou o Cristo, esta luz brilhando
embaixo do velador das nossas ilusões.
Sejamos figueiras, prontas
para secar e renascer. Acompanhemos Shaul, Ioshua e tantos outros: Gandi,
Dulce, Tereza, José, Francisco, Pedro, nesta jornada em busca da verdadeira
essência e, enfim, sejamos felizes, realizados na plenitude do paraíso que Deus
criou para todos nós.
sábado, 13 de abril de 2013
...
Com os meios trazidos da Alemanha, especialmente os arranjados por Frei Beda Kleinschmidt, as Irmãs ampliaram a ajuda médica aos doentes. Enquanto estava na Alemanha, Madre Imaculada começou a aprender a diagnosticar doenças examinando a íris dos pacientes. Desenvolveu também a sensitividade pela pessoa do doente que fortalecia o seu dom de diagnosticar. Logo os pacientes afluíram em número crescente pedindo ajuda e ajuda foi-lhes dada. Esse dom trouxe-lhe boa aceitação nos seus primeiros tempos nos Estados Unidos. O novo convento atraia um número crescente de doentes e necessitados. Com esse número, as Irmãs podiam também catequizar as crianças nas diversas capelas da catedral.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Barsil
No dia 23 de novembro de 1915, Madre Imaculada e seis candidatas seguiram para Amsterdã. Ela deixou a casa, em Münster, aos cuidados de duas jovens Irmãs, Francisca Bombeck e Elizabeth (Isabel) Mayer que tinham recentemente voltado do Brasil com essa finalidade. Então, ela e as seis candidatas cruzaram a fronteira entre a Alemanha e a Holanda, em Bentheim, e foram para o porto de Amsterdã. No dia 24 de novembro, elas tomaram o navio Gebria e, por mar tempestuoso, seguiram para Portsmouth (Inglaterra), Vigo (Espanha) e Recife, aonde elas chegaram a 12 de dezembro. Lá, esperaram durante dez dias pelo navio que as lavaria a Belém e a Santarém.
A 02 de janeiro de 1916, às 22 horas, Madre Imaculada e suas companheiras chegaram a Santarém. Apesar da hora avançada, muita gente desejou boas vindas a Madre Imaculada. Elas acompanharam as viajantes com lanternas acesas pelas ruas até o novo convento. Recebidos por Ir. Ângela, substituta da superiora, entraram na capela, decorada com flores. Terminada a oração e cantos de gratidão, elas trocaram notícias até tarde. Após duas horas de sono, levantaram-se. Logo, Madre Imaculada fez um giro pela casa que ainda precisava de muito trabalho para servir aos seus objetivos como convento, orfanato e escola.
terça-feira, 9 de abril de 2013
...
Frei Beda Kleinschmidt visitou Madre Imaculada, em Münster, em outubro de 1915. Ele, um franciscano bem relacionado e influente, naquele tempo Ministro Provincial, ficou surpreendido pela iniciativa e espírito da Madre Imaculada, que conseguiu o seu contínuo apoio como também o da Província para a fundação de Santarém. Ele, por sua vez, incentivou o procurador da missão da província a cuidar das necessidades da comunidade de Santarém.
O mesmo periódico católico que havia publicado a cerimônia de 15 de agosto de 1913, atualizou seus leitores na primavera de 1915, relatando boas notícias. Não apenas a construção na Amazônia estava completa, "pelo menos nos seus aspectos mais importantes", mas a comunidade tinha uma casa na Alemanha onde eram recebidas e preparadas candidatas para o trabalho em Santarém e entre os índios. As Clarissas Missionárias entravam na categoria de "nossas missões" na Alemanha e, em Santarém, dentro do programa da nova igreja de Dom Amando.
cartões memoriam da Alemanha
segunda-feira, 8 de abril de 2013
A Guerra
Indo para Alemanha para buscar novos fundos para a construção do novo empreendimento, madre Imaculada partiu para Duesseldorf, onde chegou em 02 de junho de 1914. Pouco tempo após chegar, ela já havia enviado 32.000 marcos, ocasião em que eclodiu a 1ª guerra mundial.
Apesar da Guerra, consegui sair da zona conflagrada, através das zonas neutras dos países baixos, no final de 1915. Com o final do conflito, a Alemanha saiu derrotada e as associações internacionais rompidas. Neste período, iniciou a construção da casa da Alemanha. Apesar da guerra e de uma doença que adquiriu cuidando das vítimas da guerra, teve garantida uma casa de bom tamanho que se tornou “Nossa Senhora de Lourdes”. Esta nova sede se localizava em Münster.
Memoriam cartões da América
domingo, 7 de abril de 2013
Construção I
Quando o telegrama chegou, as Irmãs o levaram à Madre Imaculada. Todas elas temiam que trouxesse más notícias. Num relance, Madre Imaculada percebeu seu significado: a comunidade tinha o apoio financeiro para iniciar uma grande construção.
Ela fez as outras compreenderem que seria apropriada uma celebração. As Irmãs tocaram o sino e reuniram-se na capela para cantar o Magnificat e o Te Deum. Os franciscanos ouviram o sino e vieram correndo temendo más notícias. A alegria espalhou-se. Madre Imaculada enviou o Dr. Sarmento, Deputado Estadual, para Belém a fim de retirar o dinheiro posto lá por um banco alemão, ao olhar os números, não era muito dinheiro. Ele tinha importância simbólica : Madre Imaculada tinha um mandato da Alemanha para a construção. Mais importante, tinha ela a firme convicção de que o começo tinha que ser feito.
O lançamento da pedra fundamental para o convento, orfanato e escola tornou-se uma celebração pública. As Irmãs prepararam-se para a cerimônia através duma noite de oração. Então, depois das seis da manhã, as órfãs, as filhas de Maria, as irmãs e muita gente de boa vontade foram, em procissão, do convento para o lugar da construção, levando a estátua de Nossa Senhora de Lourdes.
"Não
bastava relatar simplesmente que isso aconteceu. De certo modo, Madre Imaculada
o fez". Quando ela leu o telegrama, imediatamente o entendeu. Ela usou a
ocasião para um ritual alegre de gratidão e a celebração começou. Uma vez que
ela deu o impulso inicial, outras puderam também contribuir e o fizeram. As
Irmãs transformaram a ocasião num evento de crescimento e esperança. Elas
ofereceram o lançamento da pedra fundamental a Santarém como prova de sua
presença e de seu objetivo. À medida que elas celebravam o evento, provavam
também a si mesmas sua força e sua habilidade para conseguirem seus objetivos.
E assim o lançamento da pedra fundamental revelou-se como metáfora de salvação.
Envolvia cada pessoa da cidade que se aproximasse: pais com crianças para
educar, funcionários com responsabilidade pelo bem público, Filhas de Maria
celebrando sua igreja e irmãs da Alemanha e do Brasil que tinham entrado na
vida religiosa para se santificarem no serviço aos outros. Madre Imaculada
estava fundando a comunidade historicamente. O povo envolveu-se na ação e
começou a trabalhar. Fez-se necessário e natural organizar e desenvolver
organismo de apoio, na Alemanha.
Bispo Amandus Bahlmann
sábado, 6 de abril de 2013
Construção
Foram as seguintes as irmãs de formação original:
Convento da Ajuda
Madre Maria do Patrocinio (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Veronica (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Maria do Carmo (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Coleta (1910 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)
Alemanha
Elizabeth Tombrock
Theresia Prenger (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Clara Angelkotte (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Agnes Rewer
Brasil
Cecilia de Araujo (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)
Águeda Britto (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)
Depois da partida das irmãs chegaram a Santarém: Rita Corrêa, Margarida Viedenz e mais 10 jovens vindas da Alemanha.
Em 14 de setembro de 1912, a irmã tornou-se Madre Imaculada Superiora (tornou-se abadessa em 06 de janeiro de 1916).
O crescente número de Irmãs tinha que deixar o convento de origem, pequeno demais e comprovadamente insalubre. Madre Imaculada e Dom Amando adquiriram um terreno para um grande edifício. O tamanho da propriedade e o objetivo de sua aquisição mostraram o que eles tinham em mente. A comunidade pretendia assumir um papel maior na vida dos santarenos e da prelazia. Dom Amando e Madre Imaculada recorreram aos franciscanos da Alemanha, para arranjar fundos. Eles, por si mesmos, não tinham meios. Chegou um telegrama a Santarém com data de 03 de junho de 1913. Ele fora endereçado à Madre Imaculada e assinado pelo procurador da missão franciscana, em Dusseldorf, Frei Anacleto Brogsitter. E dizia: "Construir imediatamente" (Sofort bauen). Sob a direção arquitetônica do Irmão Bernardo Erkmann, Madre Imaculada e suas Irmãs puseram mãos à obra a fim de adquirir o teto e o espaço para servir ao povo de Santarém.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Continuação I... Milagre e Vocação
Continuação I... Milagre e Vocação
As
5 irmãs foram colocadas em uma residência, considerada pela Irmã Imaculada como
úmida e insalubre, onde os catres as aguardavam para o merecido descanso. Madre
Coleta foi indicada como abadessa por ser mais experiente e influente das
quatro. Uma pequena casa as abrigou, chamada pelo Bispo de “uma casa grande”, a
qual desempenhou um papel fundamental na história da congregação. Foi alugada
pelo Barão de Tapajós, dado que à época, não era possível à congregação adquiri-la
por ausência absoluta de fundos. Embora a casa já tivesse 25 anos de
construída, as irmãs foram as primeiras moradoras.
A
irmã Elizabeth começou o noviçado em 7 de dezembro de 1910. Em setembro do ano
seguinte (1911), chegaram da Alemanha mais 3 postulantes: Theresia Prenger,
Clara Angelkotte e Agnes Rewer. As irmãs mudaram para a casa nova, construída
pelo Bispo, em 17 de dezembro de 1911, a qual ficava a alguns minutos do
convento (o qual havia sido construído ao lado da casa). Elizabeth, Theresia,
Clara, Agnes e Maria do Carmo seriam suas habitantes. As outras 3
Concepcionistas e duas noviças brasileiras
( Águeda e Cecília) ficaram no convento. A nova casa foi então caracterizada
pelo Bispo de Convento de Lourdes.
Em abril e maio de 1912, a nova comunidade
sofreu uma redução. Duas das três noviças da Alemanha adoeceram e morreram
(Theresia e Clara), vitimadas pela Febre Amarela. Uma em 10 de abril de 1912 e
outra no dia 11 de abril. Ir. Agnes foi para uma casa de repouso e lá ficou até
recuperar-se. No dia primeiro de maio Madre Coleta, Águeda e Cecilia viajaram
para Tapajós para a missão do Cururu. Em 04 de maio, as irmãs da Ajuda, Madre
Maria do Patrocínio e Madre Veronica voltam para o sul para os seus familiares.
Esta conduta seria a vez de Madre Maria do Carmo. O convento de Lourdes foi
utilizado para o isolamento de doenças contagiosas.
A figura mostra Imaculada irmã. Ela usa o vestido de Konzeptionistinnen cujas ordens que após a chegada em Santarém, no Brasil, para se juntar em 1910.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Continuação... Milagre e Vocação
Continuação... Milagre e Vocação
Voltando à sua amada sala de aula, Tombrock soube que deveria dedicar a sua vida a Deus. Foi na pequena paróquia de Mülheim-Sichtigvor na diocese de Paderborn, onde exerceu as atividades de professora.
Querendo ampliar as suas atividades religiosas, manifestou desejo de entrar na Clausura das Pobres Clarissas ou voluntária como missionária a serviço além mar. Ela encontrou-se com o Bispo Bahlmann, quando este esteve em Duesseldorf, tornando-o ciente do seu desejo em servir. Posteriormente, Tombrock esteve prestes a escrever uma carta para as Pobres Clarissas, não sem antes fazer uma oração pedindo aos céus uma orientação em relação a esta decisão. Neste momento, como se uma reedição de milagre lhe tocasse a vida, bateram à sua porta. Era um mensageiro que lhe trazia um telegrama do Bispo Bahlmann perguntando se ela desejaria tornar-se missionária no Brasil e ensinar crianças lá. Tombrock entendeu que esta era uma resposta de Deus. Chegada no Brasil em 13 de novembro de 1910, no porto de Santarém, no navio “Manaus”, à convite do Dom Amando Bahlmann, Bispo de Santarém-Pará-Brasil. A missão tinha como propósito a educação de crianças e jovens e contou com o apoio das Irmãs Concepcionistas do Convento da Ajuda no Rio de Janeiro, as quais cederam 4 irmãs para o trabalho. Na Alemanha, Elizabeth Tombrock, a jovem professora miraculada em Lourdes, aceitava o convite para participar dos trabalhos. Em 05 de dezembro de 1910 eles fundaram a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição.
Irmã Maria Imaculada, em 1910, antes de sua partida para o Brasil
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Milagre e Vocação
Milagre e Vocação
Sem perder as esperanças, em uma situação de pleno desespero humano, por influencia de sua mãe, recorreu ao santuário de Lourdes, aos pés dos montes Pirineus, na França, com o pensamento: "Eu colocarei minha vida e minha morte nas mãos de Maria". Neste momento a TBC já lhe afetava os dedos dos pés, o que implicava em grande planejamento para esta peregrinação. Pensou-se que a viagem a Lourdes aceleraria o fim da jovem Elizabeth. Em 9 Agosto, reunidos em Estrasburgo, partiram para Lourdes em peregrinação. Chegando lá ainda à noite, às 9 horas, Elisabeth Tombrock ajoelhou-se na gruta, revelando lá o "objetivo de seu desejo", como ela dizia. Em 15 de Agosto de 1909, ela solicitou às enfermeiras que a acompanhassem à gruta. Tudo parecia perdido, dado que ela nem conseguiu chegar à gruta, desmaiando no caminho, tendo que ser trazida de volta ao leito. Mesmo em estado lamentável, com os membros apresentando inflamação purulenta, Elisabeth Tombrock disse que ao fim da tarde desejaria participar da procissão de Sacramento. As senhoras que cuidavam dela conheceram este "último desejo". Lá, o sacerdote, ostentando o Santíssimo Sacramento parou em frente à Elisabeth Tombrock e ela ouviu as palavras: “Filha, Seja Curada!”. Neste ato, desfaleceu e ficou inconsciente por cerca de 20 minutos. Posteriormente, a relembrar este momento, afirmou que esteve consciente durante este período, mas em estado de completa graça (seu coração parecia não suportar). Reestabelecida, aguardou que um medico que ali se encontrava para monitorar a saúde dos peregrinos a examinasse. Ela estava completamente curada da sua doença. Todas as chagas do seu corpo haviam desaparecido. Romeiros beijavam a sua mão em sinal do milagre ali presenciado.
10 de junho de 1922 na frente da Paz de São José, Casa Paterson, New Jersey
terça-feira, 2 de abril de 2013
Vida e Obra da Irmã Imaculada
Elizabeth Maria
Gertrude Tombrock, nasceu em Ahlen, Alemanha, filha de Guilherme e Ana Tombrock, em
14 de Novembro de 1887. Teve como irmãos Will e José. Ela era uma criança
frágil, com tendências à problemas de saúde. Cedo em sua vida ela aprendeu a
amar a Deus e a acompanhar a sua mãe em visitas aos doentes e distribuição de
comida aos pobres. Na juventude, juntou-se à ordem Terceira do São Francisco.
Ela desenvolveu grande amor pelas crianças e optou por tornar-se professora.
Como professora, dedicou-se a educar com conhecimento, valores morais e,
principalmente, um grande amor a Jesus e à sua mãe. Sua carreira foi muito curta, porquanto, foi
diagnosticada nela uma Tuberculose em seus ossos, com apenas 20 anos (1907).
Eventualmente, esta doença, incurável à época, era prenuncio da morte iminente.
Foi no outono de 1908 em que houve o atesto médico da doença, evidenciada pela
presença de úlceras tuberculosas no dedo indicador direito. Vários
especialistas indicaram a amputação dos membros afetados como tratamento da
tuberculose óssea progressiva. Depois de nove operações de mão – as quais,
por causa da fraqueza do coração de Elizabeth, haviam sido realizadas "sem
clorofórmio" , preparou-se para amputar a mão inteira, mas, os tubérculos
já haviam ultrapassado o pulso. Os Médicos então indicaram a remoção do o
braço todo para impedir a propagação da doença.
A imagem mostra a Sra. Elizabeth Thomas, nascido Northoff, madrinha de Maria Gertrud Elisabeth Tombrock.
Sra. Elizabeth Thomas era uma irmã da mãe de Elisabeth Tombrock. Elizabeth Thomas estava com Stefan Thomas casado, Dolberg, Bankampstraße. Ela morreu em 30 de Abril 1931 a 86 Anos.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Mês de Abril Homenagem a Elizabeth Maria Gertrude Tombrock
Neste mês de abril que o Centro Espírita Maria Imaculada (CEMI) completa 8 anos, nada mais justo com que homenagearmos a uma das nossas mentoras:
Elizabeth Maria
Gertrude Tombrock - (Irmã Imaculada).
Por tanto durante este mês comemorativo estaremos trazendo informações sobre sua vida e sua obra, com o intuito de estimular o amor ao próximo e não envaidecer a sua obra.
Pai:
William Tombrock, estalajadeiro
Nascido em 8 Nottuln março 1841,
morreu em Ahlen em 10 de Abril 1911 após uma longa e pesada, com a maior paciência sofrimento suportado (paralisia, acidente vascular cerebral), bem preparado por um verdadeiro cristão-religioso, estilo de vida e, muitas vezes reforçado pela recepção dos sacramentos.
Fonte: arquivos, arquivos provinciais das Irmãs Missionárias
Mãe:
Anna Tombrock, nascido Northoff
O falecido querido nasceu em 30 de Novembro 1854 e faleceu em 8 de Janeiro 1938 em Munique, após repetidamente receberem os sacramentos.Usava o tempo, sofrendo com paciência cristã e atitude maravilhosa. Sua vida era dever abundante e preocupação para os seus entes queridos. Ainda assim, como ela viveu, ela se foi.
Fonte: arquivos, arquivos provinciais das Irmãs Missionárias
A antiga casa da família Tombrock, próximo a Igreja de Santa Maria foi demolido em 1913 e foi substituído por um edifício de concreto armado.
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