O Retorno às Atividades e o
Inicio de uma Missão.
Voltando
à sua amada sala de aula, Tombrock soube que deveria dedicar a sua vida a Deus.
Acompanhada de sua Mãe, foi ao convento de Münster, onde não foi aceita por
falta de vagas. Direcionada para outra cidade, foi aceita na pequena paróquia
de Mülheim-Sichtigvor na diocese de Paderborn, onde iniciou as atividades em 13 de agosto de 1909.
Nesta
mesma época, chegou à Alemanha o bispo DOM AMANDO BAHLMANN, à procura de uma
professora para o seu projeto educacional em Santarém, no Brasil. Já em
Münster, estando prestes a escrever uma carta para as irmãs Clarissas
manifestando o seu desejo de entrar para a clausura abandonando a carreira de
professora, fez uma oração pedindo aos céus uma orientação em relação a esta
decisão. Neste momento, como se uma reedição de milagre lhe tocasse a
vida, bateram à sua porta. Era um
mensageiro que lhe trazia um telegrama do Bispo Bahlmann convidando-a para
encontrar-se com ele, que, na ocasião, buscava uma professora para o seu
projeto educacional em seu prelado no Brasil. Tombrock entendeu que esta era
uma resposta de Deus. Dois dias depois, encontrou-se com o Bispo Bahlmann, em
Duesseldorf, tornando-o ciente do seu desejo de dedicar-se à instrução e
educação da juventude de Santarém, no Estado do Pará.
A
pedido de Dom Amando, Elizabeth foi preparada para a missão pelas Irmãs
Clarissas de Münster. Em 15 de agosto de 1910, Elizabeth recebeu o hábito
branco e azul das Irmãs Concepcionistas que, dentro em breve, se juntariam a
ela em Santarém.
Em 28
de setembro, Elizabeth chega ao Rio de Janeiro, dirigindo-se logo ao convento
da Ajuda, das Irmãs Concepcionistas, que haviam prometido ajudar Dom Amando na
nova fundação. Neste dia, um fato curioso narrado pela Irmã Dolores, gentil
servidora do convento Dom Amando, na Bahia, elucida o quão difícil seria a
adaptação da Irmã Elizabeth no Brasil. Sem falar português, ela dizia apenas:
Ajuda, Ajuda... Sem que as pessoas entendessem que se tratava do convento da
Ajuda. Não lhe faltaram mãos que se pusessem ao seu dispor em atendimento ao
seu pedido, sem, contudo, resolverem o problema de localização de que era
possuidora naquele instante.
Partem
para seu novo destino, em 04 de outubro de 1910, as quatro irmãs Concepcionistas
do convento da Ajuda no Rio de Janeiro e a Irmã Elizabeth, e chegam, em 13 de
novembro de 1910, no porto de Santarém, à bordo do navio “Manaus”. A missão
tinha como propósito a educação de crianças e jovens. Em 05 de dezembro de 1910
eles fundaram a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da
Mãe de Deus, a qual se dedicaria, a partir de então, aos mais variados labores
missionários, sobretudo na instrução das crianças pobres, tão queridas à
Elisabeth, que, ao iniciar seu noviciado, recebeu o nome de Maria Imaculada.
Mais tarde, ingressaria nesta congregação, em 9 de fevereiro de 1933, a querida
Maria Rita Lopes Pontes, nossa amada e inesquecível Irmã Dulce, com quem a Irmã
Imaculada se corresponderia por intermédio de históricas cartas.
As 5 irmãs foram colocadas em uma residência,
considerada pela Irmã Imaculada como úmida e insalubre, onde os catres as
aguardavam para o merecido descanso. Madre Coleta foi indicada como abadessa
por ser mais experiente e influente das quatro. Uma pequena casa as abrigou,
chamada pelo Bispo de “uma casa grande”, a qual desempenhou um papel
fundamental na história da congregação. Fora alugada pelo Barão de Tapajós,
dado que à época, não era possível à congregação adquiri-la por ausência
absoluta de fundos. Embora a casa já tivesse 25 anos de construída, as irmãs
foram as primeiras moradoras.
A irmã Elizabeth começou o noviciado em 7 de
dezembro de 1910. Em setembro do ano seguinte (1911), chegaram da Alemanha mais
3 postulantes: Theresia Prenger, Clara Angelkotte e Agnes Rewer. As irmãs mudaram
para a casa nova, construída pelo Bispo, em 17 de dezembro de 1911, a qual
ficava a alguns minutos do convento (o qual havia sido construído ao lado da
casa). Elizabeth, Theresia, Clara, Agnes e Maria do Carmo seriam suas
habitantes. As outras 3 Concepcionistas e duas noviças brasileiras ( Águeda e Cecília) ficaram no convento. A
nova casa foi então caracterizada pelo Bispo de Convento de Lourdes.
Em abril e maio de 1912, a nova comunidade
sofreu uma redução. Duas das três noviças da Alemanha adoeceram e morreram
(Theresia e Clara), vitimadas pela Febre Amarela. Uma em 10 de abril de 1912 e
outra no dia 11 de abril. Ir. Agnes foi para uma casa de repouso e lá ficou até
recuperar-se. No dia primeiro de maio Madre Coleta, Águeda e Cecilia viajaram para
Tapajós para a missão do Cururu. Em 04 de maio, as irmãs da Ajuda, Madre Maria
do Patrocínio e Madre Veronica voltam para o sul para os seus familiares. Logo
depois, seguindo a mesma conduta das demais, seria a vez de Madre Maria do
Carmo deixar o projeto. O convento de Lourdes foi utilizado para o isolamento
de doenças contagiosas.
Foram as seguintes as irmãs de formação
original:
Convento
da Ajuda
Madre Maria do Patrocinio (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Veronica (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Maria do Carmo (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre
Coleta (1910 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)
Alemanha
Elizabeth
Tombrock
Theresia Prenger (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Clara Angelkotte (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Agnes Rewer
Brasil
Cecilia de Araujo (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)
Águeda Britto (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)