sexta-feira, 13 de abril de 2012

EU Anencefalo - Para refletir e compartilhar


Amigos,
“Aquele que não ama a seu irmão, a quem não pode amar a Deus, a quem não vê” (I Jo 4:20).
  Ontem foi aprovada a medida legal que institucionaliza a liberdade de aborto para o caso de bebes anencéfalos. Só para lembrar, tirado do Wikipédia, a anencefalia consiste em malformação rara do tubo neural acontecida entre o 16° e o 26° dia de gestação, caracterizada pela ausência parcial do encéfalo e da calota craniana, proveniente de defeito de fechamento do tubo neural durante a formação embrionária.
Ao contrário do que o termo possa sugerir, a anencefalia não caracteriza casos de ausência total do encéfalo, mas situações em que se observam graus variados de danos encefálicos. A dificuldade de uma definição exata do termo "baseia-se sobre o fato de que a anencefalia não é uma má-formação do tipo 'tudo ou nada', ou seja, não está ausente ou presente, mas trata-se de uma má-formação que passa, sem solução de continuidade, de quadros menos graves a quadros de indubitável anencefalia. Uma classificação rigorosa é, portanto quase que impossível".
Na prática, a palavra "anencefalia" geralmente é utilizada para caracterizar uma má-formação fetal do cérebro. Nestes casos, o bebê pode apresentar algumas partes do tronco cerebral funcionando, garantindo algumas funções vitais do organismo.
Muito bem! O que podemos tirar disto?
A Doutrina Espírita analisa os fatos das más formações como derivativas de impressões da consciência no perispírito do individuo que  as potencializa em seus sentimentos de culpa, ou por prova necessária ao crescimento espiritual daquele ser. Assim, todos nós trazemos para esta experiência de vida aquilo que se faz necessário ao nosso crescimento e amadurecimento enquanto seres espirituais que somos.
Longe de pensarmos que o “castigo” de ter filhos imperfeitos seja algo imposto pelos céus àqueles pais que cometeram erros, ou que trazem impressões cármicas  das suas existências anteriores, a prova, se é assim que podemos conceituar, é para todos os envolvidos, no caso, pais e filhos.
Não se pode interromper uma vida que vem, assim como não se pode interromper uma vida que vai. Este não é o nosso direito!. Se aquele ser nos foi dado para companhia, é assim que devemos recebê-lo, mesmo que seja por alguns minutos. Encerrada a vilegiatura carnal, que se faça a vontade daqueles que coordenam tais situações.
Quantos não foram os pais que viram seus filhos perfeitos não conseguirem lograr êxito em nascer ? Quantos pais de filhos perfeitos não viram a vida encerrar-se em suas primeiras fases de convivência ? Quantos não foram aqueles desenganados pela ciência que romperam os liames das possibilidades da medicina conhecida e continuam vivendo em harmonia com aqueles que os auxiliam nesta aventura ? Interromper a gravidez de filhos com defeito é como descartar uma geladeira na linha de produção porque a porta veio empenada, ou porque a luz interna se recusa a acender. O mesmo direito que se dá à interrupção de uma vida no estado de gestação por incapacidade deste andar pelas ruas, conversar com as pessoas, interagir com o mundo, é o de interromper a vida daqueles que, sofrendo de males como derrames, atrofias, demência, dentre outros, tornem-se incapazes de fazer a mesma coisa. Qual a diferença? A simples presunção de que os novos não têm alma? Ou a certeza da incapacidade humana de amar aqueles a quem não vemos?
Tolos que somos nós! Quem pensamos ser?
A nossa arrogância em nos transformarmos em carnes que pensam apenas para parecermos modernos, nos tira a visão de que somos seres em passagem. Daqui levamos apenas as impressões para uma nova vida e nada mais. Para aqueles que não acreditam na vida depois da vida, é bom refletir na vida, começando pelo sentido da morte. O que é a morte para nós? A extinção de um suspiro vital ou o fim das nossas pretensões de nos tornarmos eternos? Uma vela que se apaga deixou a luz para aqueles que puderam conviver com a sua presença. Um ser que se vai, deixa um legado de esperança para aqueles que ficam. Um ser que morre ao nascer mostra-nos que a duração da vida não é uma conta matemática que diz que estamos todos aptos a viver 70 anos depois que nascemos. Esta incerteza nos faz a todos iguais aos anencéfalos. A duração das nossas vidas é de 5 segundos a 110 anos. Que o vai saber?
Infelizmente aprovada a lei que permite este absurdo, vamos apelar para a consciência daqueles que tiverem esta oportunidade na vida. Compartilhar da convivência com aqueles seres especiais é um ato de confiança e não de desesperança. Mantenhamos a certeza de que não sejamos nós traidores desta missão. Desertores de uma batalha de amor e luz. Que sejamos verdadeiros irmãos, filhos de Deus, na certeza de que podemos pensar além dos nossos olhos, além dos nossos livros e muito além das nossas leis.
Que fique o exemplo deste casal que acreditou ser possível e assim o foi.