sexta-feira, 22 de novembro de 2013

AMOR

A 02 de janeiro de 1916, às 22 horas, Madre Imaculada e suas companheiras chegaram a Santarém. Apesar da hora avançada, muita gente desejou boas vindas a Madre Imaculada. Elas acompanharam as viajantes com lanternas acesas pelas ruas até o novo convento. Recebidos por Irmã Ângela, substituta da superiora, entraram na capela, decorada com flores. Terminada a oração e cantos de gratidão, elas trocaram notícias até tarde. Após duas horas de sono, levantaram-se. Logo, Madre Imaculada fez um giro pela casa que ainda precisava de muito trabalho para servir aos seus objetivos como convento, orfanato e escola.

Com os meios trazidos da Alemanha, especialmente os arranjados por Frei Beda Kleinschmidt, as Irmãs ampliaram a ajuda médica aos doentes. Enquanto estava na Alemanha, Madre Imaculada começou a aprender a diagnosticar doenças examinando a íris dos pacientes. Desenvolveu também a sensibilidade pela pessoa do doente, habilidade que contribuiu com o seu dom de diagnosticar. Logo os pacientes afluíram em número crescente pedindo ajuda e ajuda foi-lhes dada. Esse dom trouxe-lhe boa aceitação nos seus primeiros tempos nos Estados Unidos. O novo convento atraia um número crescente de doentes e necessitados. Com esse número, as Irmãs podiam também catequizar as crianças nas diversas capelas da catedral.

Em meados de 1922, ela ofereceu-se a si mesma como vítima pela santificação dos sacerdotes. Dom Amando transmitiu a escrita de expiação ao Papa Pio XI. No dia 27 de Julho de 1922, o Papa deu para isso sua bênção “não só com alegrias, mas de coração verdadeiramente grato”.

A casa de Santarém – escola e orfanato – precisava de recursos com o fim de ampliar o seu atendimento à população carente. Daí um convite de Dom Amando à Madre Imaculada para acompanha-lo aos Estados Unidos.

Desta viagem Madre Imaculada nunca mais voltou ao seu querido Brasil, pois sofrera uma queda que a paralisou e a prostrou no leito de dor por 16 longos anos. Mesmo assim, ainda foi capaz de dirigir a congregação. “Apoio-me naquele que é forte, precisamente nos mais fracos”.

Em 1936, ela entregou o cargo de Superiora Geral à Irmã Pacífica, sua enfermeira dedicadíssima, a fim de que as Irmãs tivessem “oportunidade de conversar pessoalmente com a sua Geral”.

No dia 23 de abril de 1938, chegou enfim a hora desejada de partir para a casa do Pai.  A congregação já se espalhara pelo mundo e o seu exemplo consolidava-se, para todos os tempos, como exemplo de dedicação, fé e incondicional amor.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Indo para Alemanha para buscar novos fundos para a construção do novo empreendimento, madre Imaculada partiu para Duesseldorf, onde chegou em 02 de junho de 1914. Pouco tempo após chegar, ela já havia enviado 32.000 marcos, ocasião em que eclodiu a 1ª guerra mundial.

Apesar da Guerra, conseguiu sair da área conflagrada através das zonas neutras dos países baixos, no final de 1915. Com o final do conflito, a Alemanha sairia derrotada e as associações internacionais rompidas. No período em que este em terras germânicas, iniciou a construção da casa da Alemanha. Apesar da guerra e de uma doença que adquiriu cuidando das vítimas da guerra, teve garantida uma casa de bom tamanho que teve o seu nome dado em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes.  Esta nova sede se localizava em Münster.

Frei Beda Kleinschmidt visitou Madre Imaculada, em Münster, em outubro de 1915. Ele, um franciscano bem relacionado e influente, naquele tempo Ministro Provincial, ficou surpreendido pela iniciativa e espírito da Madre Imaculada, que conseguiu não só o seu contínuo apoio como também o da Província para a fundação de Santarém. Ele, por sua vez, incentivou o procurador da missão da província a cuidar das necessidades da comunidade de Santarém.

O mesmo periódico católico que havia publicado a cerimônia de 15 de agosto de 1913, atualizou seus leitores na primavera de 1915, relatando boas notícias. Não apenas a construção na Amazônia estava completa, "pelo menos nos seus aspectos mais importantes", mas a comunidade tinha uma casa na Alemanha onde eram recebidas e preparadas candidatas para o trabalho em Santarém e entre os índios. As Clarissas Missionárias entravam na categoria de "nossas missões" na Alemanha e, em Santarém, dentro do programa da nova igreja de Dom Amando.

No dia 23 de novembro de 1915, Madre Imaculada e seis candidatas seguiram para Amsterdã. Ela deixou a casa, em Münster, aos cuidados de duas jovens Irmãs, Francisca Bombeck e Elizabeth (Isabel) Mayer que tinham recentemente voltado do Brasil com essa finalidade. Então, ela e as seis candidatas cruzaram a fronteira entre a Alemanha e a Holanda, em Bentheim, e foram para o porto de Amsterdã. No dia 24 de novembro, elas tomaram o navio Gebria e, por mar tempestuoso, seguiram para Portsmouth (Inglaterra), Vigo (Espanha) e Recife, aonde elas chegaram a 12 de dezembro. Lá, esperaram durante dez dias pelo navio que as lavaria a Belém e a Santarém.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Depois da partida das irmãs chegaram a Santarém: Rita Corrêa, Margarida Viedenz e mais 10 jovens vindas da Alemanha.

Em 14 de setembro de 1912, a irmã tornou-se Madre Imaculada Superiora (tornou-se abadessa em 06 de janeiro de 1916).

O crescente número de Irmãs tinha que deixar o convento de origem, pequeno demais e comprovadamente insalubre. Madre Imaculada e Dom Amando adquiriram um terreno para um grande edifício. O tamanho da propriedade e o objetivo de sua aquisição mostraram o que eles tinham em mente. A comunidade pretendia assumir um papel maior na vida dos santarenos e da prelazia. Dom Amando e Madre Imaculada recorreram aos franciscanos da Alemanha, para arranjar fundos. Eles, por si mesmos, não tinham meios. Chegou um telegrama a Santarém com data de 03 de junho de 1913. Ele fora endereçado à Madre Imaculada e assinado pelo procurador da missão franciscana, em Dusseldorf, Frei Anacleto Brogsitter. E dizia: "Construir imediatamente" (Sofort bauen). Sob a direção arquitetônica do Irmão Bernardo Erkmann, Madre Imaculada e suas Irmãs puseram mãos à obra a fim de adquirir o teto e o espaço para servir ao povo de Santarém.

Quando o telegrama chegou, as Irmãs o levaram à Madre Imaculada. Todas elas temiam que trouxesse más notícias. Num relance, Madre Imaculada percebeu seu significado: a comunidade tinha o apoio financeiro para iniciar uma grande construção.

Ela fez as outras compreenderem que seria apropriada uma celebração. As Irmãs tocaram o sino e reuniram-se na capela para cantar o Magnificat e o Te Deum. Os franciscanos ouviram o sino e vieram correndo temendo más notícias. A alegria espalhou-se. Madre Imaculada enviou o Dr. Sarmento, Deputado Estadual, para Belém a fim de retirar o dinheiro posto lá por um banco alemão, ao olhar os números, não era muito dinheiro. Ele tinha importância simbólica: Madre Imaculada tinha um mandato da Alemanha para a construção. Mais importante, tinha ela a firme convicção de que o começo tinha que ser feito.

O lançamento da pedra fundamental para o convento, orfanato e escola tornou-se uma celebração pública. As Irmãs prepararam-se para a cerimônia através duma noite de oração. Então, depois das seis da manhã, as órfãs, as filhas de Maria, as irmãs e muita gente de boa vontade foram, em procissão, do convento para o lugar da construção, levando a estátua de Nossa Senhora de Lourdes.



"Não bastava relatar simplesmente a todos que haviam recebido a correspondência. E assim Madre Imaculada o fez". Quando ela leu o telegrama, imediatamente percebeu o seu significado. Ela usou a ocasião para um ritual alegre de gratidão, dando por iniciada uma grande celebração. As Irmãs, acompanhando o sentido dado pela Irmã, transformaram a ocasião num evento de crescimento e esperança. Elas ofereceram o lançamento da pedra fundamental à Santarém como prova de sua presença e de seu objetivo. À medida que elas celebravam, provavam também a si mesmas sua força e sua habilidade para conseguirem seus objetivos. E assim, o lançamento da pedra fundamental revelou-se como metáfora de salvação. Envolvia cada pessoa da cidade que se aproximasse: pais com crianças para educar, funcionários com responsabilidade pelo bem público, Filhas de Maria celebrando sua igreja e irmãs da Alemanha e do Brasil, as quais tinham entrado na vida religiosa para se santificarem no serviço aos outros. Madre Imaculada estava fundando a comunidade historicamente. O povo envolveu-se na ação e começou a trabalhar. Fez-se necessário e natural organizar e desenvolver organismo de apoio, na Alemanha.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Retorno às Atividades e o Inicio de uma Missão.

O Retorno às Atividades e o Inicio de uma Missão.

Voltando à sua amada sala de aula, Tombrock soube que deveria dedicar a sua vida a Deus. Acompanhada de sua Mãe, foi ao convento de Münster, onde não foi aceita por falta de vagas. Direcionada para outra cidade, foi aceita na pequena paróquia de Mülheim-Sichtigvor na diocese de Paderborn, onde  iniciou as atividades em 13 de agosto de 1909.

Nesta mesma época, chegou à Alemanha o bispo DOM AMANDO BAHLMANN, à procura de uma professora para o seu projeto educacional em Santarém, no Brasil. Já em Münster, estando prestes a escrever uma carta para as irmãs Clarissas manifestando o seu desejo de entrar para a clausura abandonando a carreira de professora, fez uma oração pedindo aos céus uma orientação em relação a esta decisão. Neste momento, como se uma reedição de milagre lhe tocasse a vida,  bateram à sua porta. Era um mensageiro que lhe trazia um telegrama do Bispo Bahlmann convidando-a para encontrar-se com ele, que, na ocasião, buscava uma professora para o seu projeto educacional em seu prelado no Brasil. Tombrock entendeu que esta era uma resposta de Deus. Dois dias depois, encontrou-se com o Bispo Bahlmann, em Duesseldorf, tornando-o ciente do seu desejo de dedicar-se à instrução e educação da juventude de Santarém, no Estado do Pará.

A pedido de Dom Amando, Elizabeth foi preparada para a missão pelas Irmãs Clarissas de Münster. Em 15 de agosto de 1910, Elizabeth recebeu o hábito branco e azul das Irmãs Concepcionistas que, dentro em breve, se juntariam a ela em Santarém.

Em 28 de setembro, Elizabeth chega ao Rio de Janeiro, dirigindo-se logo ao convento da Ajuda, das Irmãs Concepcionistas, que haviam prometido ajudar Dom Amando na nova fundação. Neste dia, um fato curioso narrado pela Irmã Dolores, gentil servidora do convento Dom Amando, na Bahia, elucida o quão difícil seria a adaptação da Irmã Elizabeth no Brasil. Sem falar português, ela dizia apenas: Ajuda, Ajuda... Sem que as pessoas entendessem que se tratava do convento da Ajuda. Não lhe faltaram mãos que se pusessem ao seu dispor em atendimento ao seu pedido, sem, contudo, resolverem o problema de localização de que era possuidora naquele instante.

Partem para seu novo destino, em 04 de outubro de 1910, as quatro irmãs Concepcionistas do convento da Ajuda no Rio de Janeiro e a Irmã Elizabeth, e chegam, em 13 de novembro de 1910, no porto de Santarém, à bordo do navio “Manaus”. A missão tinha como propósito a educação de crianças e jovens. Em 05 de dezembro de 1910 eles fundaram a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a qual se dedicaria, a partir de então, aos mais variados labores missionários, sobretudo na instrução das crianças pobres, tão queridas à Elisabeth, que, ao iniciar seu noviciado, recebeu o nome de Maria Imaculada. Mais tarde, ingressaria nesta congregação, em 9 de fevereiro de 1933, a querida Maria Rita Lopes Pontes, nossa amada e inesquecível Irmã Dulce, com quem a Irmã Imaculada se corresponderia por intermédio de históricas cartas.

As 5 irmãs foram colocadas em uma residência, considerada pela Irmã Imaculada como úmida e insalubre, onde os catres as aguardavam para o merecido descanso. Madre Coleta foi indicada como abadessa por ser mais experiente e influente das quatro. Uma pequena casa as abrigou, chamada pelo Bispo de “uma casa grande”, a qual desempenhou um papel fundamental na história da congregação. Fora alugada pelo Barão de Tapajós, dado que à época, não era possível à congregação adquiri-la por ausência absoluta de fundos. Embora a casa já tivesse 25 anos de construída, as irmãs foram as primeiras moradoras.

A irmã Elizabeth começou o noviciado em 7 de dezembro de 1910. Em setembro do ano seguinte (1911), chegaram da Alemanha mais 3 postulantes: Theresia Prenger, Clara Angelkotte e Agnes Rewer. As irmãs mudaram para a casa nova, construída pelo Bispo, em 17 de dezembro de 1911, a qual ficava a alguns minutos do convento (o qual havia sido construído ao lado da casa). Elizabeth, Theresia, Clara, Agnes e Maria do Carmo seriam suas habitantes. As outras 3 Concepcionistas e duas noviças brasileiras  ( Águeda e Cecília) ficaram no convento. A nova casa foi então caracterizada pelo Bispo de Convento de Lourdes.

Em abril e maio de 1912, a nova comunidade sofreu uma redução. Duas das três noviças da Alemanha adoeceram e morreram (Theresia e Clara), vitimadas pela Febre Amarela. Uma em 10 de abril de 1912 e outra no dia 11 de abril. Ir. Agnes foi para uma casa de repouso e lá ficou até recuperar-se. No dia primeiro de maio Madre Coleta, Águeda e Cecilia viajaram para Tapajós para a missão do Cururu. Em 04 de maio, as irmãs da Ajuda, Madre Maria do Patrocínio e Madre Veronica voltam para o sul para os seus familiares. Logo depois, seguindo a mesma conduta das demais, seria a vez de Madre Maria do Carmo deixar o projeto. O convento de Lourdes foi utilizado para o isolamento de doenças contagiosas.



Foram as seguintes as irmãs de formação original:
Convento da Ajuda
Madre Maria do Patrocinio (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Veronica (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Maria do Carmo (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Coleta (1910 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

Alemanha
Elizabeth Tombrock
Theresia Prenger (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Clara Angelkotte (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Agnes Rewer

Brasil
Cecilia de Araujo (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

Águeda Britto (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Manifestação da Fé e Conversões

Manifestação da Fé e Conversões

Chegava a hora da despedida da abençoada cidade de Nossa Senhora e Elizabeth, numa última saudação, prometeu:
- “Mãe Querida! Em 15 de agosto do próximo ano eu voltarei! Se Deus quiser”
O trem partia contemplando todos os lábios que ainda entoavam o último cântico de homenagem à excelsa Rainha do Céu e da Terra.
- “Ave, Ave, Ave, Maria”
No dia seguinte, chegando a Lion, foram visitar a grande Basílica quando um senhor, se destacando de um grupo de visitantes interpelou Elizabeth:
- É a senhorita que foi curada em Lourdes ?
- Sim
- Sendo médico, peço licença para ver sua mão
Examinou-a então minunciosamente e continuou...
- Senhorita, durante toda a viagem eu a observei. Conheci facilmente qual a natureza e o adiantado estado da sua doença e, bem depressa, compreendi que era um caso perdido. Confesso-lhe que duvidei que chegasse com vida ao termo da peregrinação. Agora, porém, não sei o que dizer...
- Doutor, como Deus é bom! E, apesar disto, ainda há homens que não querem crer!
- Eu fui um destes – replicou o médico com as lágrimas a lhe correrem na face, pois há muito tempo que perdera a fé – Fui à Lourdes com o propósito de pesquisar qualquer argumento que me pudesse servir contra Deus e Nossa Senhora. Agora, porém, prometo – tomando a mão miraculada de Elizabeth – que vou defender aquilo que tinha a intenção de combater.
Com o coração transbordante de alegria, continuou Elizabeth a viagem.  Na estação de Estrasburgo, além de parentes e conhecidos, uma grande multidão de católicos as aguardava. Houve então uma cena tocante: Ao saltarem do trem, numa demonstração de absoluto entusiasmo e fé, todos, genuflexos, em plena plataforma, rezaram em voz alta:

“Creio em Deus pai, todo poderoso, Criador do Céu e da Terra...”

domingo, 17 de novembro de 2013

Como Aconteceu?

Como Aconteceu?

Era 15 de Agosto de 1909 – continua Elizabeth no raiar dos seus vinte e dois anos – “sentia-me mais extenuada que nunca. As dores eram tão violentas que, por diversas vezes, cheguei a desmaiar. 

Pelas duas horas da tarde, tive um grande desejo de visitar a gruta das aparições, a fim de poder rezar diante da Virgem Imaculada. Ao aproximar-me dela, porém, com muito pesar, senti desfalecerem-se as forças; reconduziram-me então á casa dos romeiros”.

Elizabeth expressou o desejo de tomar parte na procissão eucarística, às 15 horas da tarde. Levaram-na. Quando lá chegou, um sacerdote estava fazendo as orações que ,fervorosamente, eram repetidas pelo povo e pelos doentes:

“Jesus, filho de David, Tende Piedade de Nós!”
“Bom Mestre, aquele a quem amas, está enfermo!”
“Jesus, meu salvador, restabelecei-me a saúde!”
Na procissão tomavam parte muitos bispos, sacerdotes e milhares de fiéis com velas acesas. O oficiante, que levava o santíssimo, parava diante de cada doente, dando-lhe a bênção com a hóstia consagrada...
- “Chegou finalmente a minha vez” -  continua Elizabeth
- “Senti então como se Jesus pousasse a sua mão sobre minha cabeça e bem no fundo da alma ouvi estas palavras:  Filha, Sê Curada!”.
- “Neste momento, perdi a consciência do que me cercava. Parece-me que não foi um desmaio, pois senti-me invadida por uma grande felicidade, que me é impossível expressar, assim como, naquele momento, me foi impossível comportá-la no coração, sem desfalecer”.
Este estado durou cerca de vinte minutos, ao fim dos quais, totalmente recuperada, verificou com espanto que, com facilidade, podia flexionar os dedos.
-“Estou curada” – Bradava em alta voz.                                
Sofria de afonia quase total há dois anos e agora a sua voz bradava pela Esplanada da Basílica. Tiraram-lhe os pensos da mão e, nos dedos, não havia o mínimo vestígio das feridas; achavam-se revestidos de carne e pele, adquirindo os movimentos, perfeitamente sãos.
-“Não é possível descrever o que senti neste momento em que, pela primeira vez após oito meses, pude rezar de mãos postas”.

Foi cercada de romeiros que apertavam e beijavam sua mão. Acompanhavam-na até a gruta quando, ajoelhada, agradecia à Mãe Imaculada por tão estupenda graça. Após chegada a noite, participou da procissão das velas, depositando uma delas, facilmente conduzida por sua mão direita, aos pés de Maria.

sábado, 16 de novembro de 2013

Milagre e Vocação

Milagre e Vocação

Sem perder as esperanças, em uma situação de pleno desespero humano, por influencia de sua mãe e de duas amigas, recorreu ao santuário de Lourdes, aos pés dos montes Pirineus, na França, com o pensamento: "Eu colocarei minha vida e minha morte nas mãos de Maria". Neste momento a TBC já lhe afetava os dedos dos pés, o que implicava em grande planejamento para esta peregrinação. Pensou-se que a viagem a Lourdes aceleraria o fim da jovem Elizabeth. Em 9 Agosto de 1909, reunidos em Estrasburgo, partiram para Lourdes em peregrinação. Chegando lá, ainda à noite, às 21 horas, mesmo em estado desesperador, Elisabeth Tombrock foi levada ao santuário da Imaculada Conceição, fato este relembrado por ela anos depois:
“Momento solene, hora inesquecível! A alma sente-se longe do mundo e próxima do céu: Genuflexa em espírito, não mais sentindo nenhum sofrimento, nenhum desejo, de tudo esquecida, estava aos pés da Mãe Imaculada. Até então eu só tinha um desejo: ser curada. Nesse momento, porém, esqueci-me de tudo, até dos meus próprios sofrimentos. Num ato de completo abandono depositei a minha vida e morte nas mãos da Mãe do céu, com um único pedido:
“Ó Minha Mãe! Fazei-me de mim vítima para a salvação das almas. Só quero para mim o que Deus quiser. Aceito que me cortem o braço, se esta for a vontade de Deus; só vos peço que me deixe trabalhar na escola, em prol das almas infantis. Em caso contrário, porém, de todo coração, desejo morrer aos vossos pés. Dai-me vossa resposta, seja ela qual for, para a vida ou para a morte...”

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Irmã Imaculada

Irmã Imaculada.

"Temos que ver o grande campo missionário; devemos estar conscientes das mudanças que estão se operando na sociedade humana, nas condições de nossos tempos, os quais requerem novas tarefas e preparo para novos serviços."  Madre Imaculada (Capítulo Geral de 1930)

"Encher-nos de Deus para irradiá-lo aos necessitados – eis a vocação da Irmã Missionária" dizia Madre Imaculada.

"Senhor, dá-me um emprego onde eu possa fazer as pessoas felizes "


Elizabeth Maria Gertrude Tombrock, nasceu em Ahlen, Alemanha, filha de Guilherme e Ana Tombrock, cristãos autênticos, em 14 de Novembro de 1887. Teve como irmãos Will e José. Ela era uma criança frágil, com tendências à problemas de saúde. Por este motivo, foi levada à Pia Bastismal nas primeiras horas de vida, fato que ela, em toda a sua vida, considerava uma graça e recordava com muito carinho e gratidão à DEUS.

Aos seis anos de idade, viva e inteligente, iniciou o estudo primário. Sua primeira professora jamais foi esquecida por ela, mesmo nos anos quando já se achava no Brasil.

Foi o contato com esta professora que despertou, em Elizabeth, o grande ideal do magistério. Sentia-se fortemente atraída pelos pequeninos, sobretudo os pobrezinhos. Com frequência os visitava e não os esquecia em suas orações. Ouvindo que um sacerdote iria fundar um Centro Missionário entre os Índios, chorou muito por não poder acompanha-lo.

 Cedo, em sua vida, ela aprendeu a amar a Deus. D. Ana Tombrock estimulou-a a  acompanhá-la em visitas aos doentes e nas distribuições de comida aos pobres.

O Nome da Santíssima Virgem paira como um toque festivo de sino sobre toda a vida de Elizabeth. Sob a tutela carinhosa de sua bondosa mãe, preparou-se para a 1ª Eucaristia, a 22 de abril de 1900. O dia da sua primeira comunhão raiava como um dia eterno. No mesmo, recolheu também de sua mãe uma linda carta com orientações dignas de uma santa, cujo conteúdo realizou em sua vida com o heroísmo das almas privilegiadas.

Aos 2 de setembro de 1901, Elizabeth concluiu os seus estudos primários e revelou aos pais o grande desejo: Ser professora para tornar alegres e felizes as crianças abandonadas. Sua mãe respondeu: “Se você pretende encarregar-se da educação das crianças mais pobres, eu estou de acordo; Pode começar os estudos na Escola Normal”.

Entregou-se com ardor aos estudos, a fim de satisfazer as exigências do ensino. Alguns meses após a sua chegada, escrevia: “Estudo com o fim exclusivo de trabalhar para a salvação D´almas”.

Após um ano de estudo, sua saúde, que nunca foi muito boa, abalou-se bastante ao ponto dela pensar que o Senhor não a queria no Magistério.

Embora forçada, muitas vezes a faltar às aulas, dominava as matérias com tanta segurança que impressionava aos professores. Quando lhe faltavam energias naturais, o espírito de fé – herança de sua mãe – fornecia-lhe forças invulgares.

Apesar das grandes provações a que a submeteu o seu estado de saúde, a 18 de julho de 1907, recebeu o diploma de professora. Estava assim preparada a missão a que Deus a destinava.

Como professora, dedicou-se a educar com conhecimento, valores morais e, principalmente, um grande amor a Jesus e à sua mãe.  Sua carreira foi muito curta, porquanto, foi diagnosticada nela uma Tuberculose (TBC) em seus ossos. Eventualmente, esta doença, incurável à época, era prenuncio da morte iminente. Foi no outono de 1908 (4 de março de 1908) em que houve o atesto médico da doença, evidenciada pela presença de úlceras tuberculosas no dedo indicador direito, provocando afonia, pleurisia ( inflamação das pleuras pulmonares) e insuficiência cardíaca. Vários especialistas indicaram a amputação dos membros afetados como tratamento da tuberculose óssea progressiva. Depois de nove operações de mão – as quais, por causa da fraqueza do coração de Elizabeth, haviam sido realizadas "sem clorofórmio" , preparou-se para amputar a mão inteira, mas, os tubérculos já haviam ultrapassado o pulso. Os Médicos então indicaram a remoção do o braço todo para impedir a propagação da doença.

Mas o senhor operava maravilhas através de todas essas provações: Crescia nela uma inabalável confiança
em Maria. Pediu para ser levada a Lourdes, dizendo: “Nossa senhora há de me curar!”.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ANIVERSÁRIO

Amigos,

  Há exatos 126 anos, no dia 14 de novembro de 1887, nascia na cidade de Alhen, Alemanha, filha de Guilherme e Ana Tombrock, Elizabeth Maria Gertrude Tombrock, a qual viria a ser conhecida alguns anos depois como Maria Imaculada. Aos 20 anos, recebe diploma de professora, pronta para exercer o oficio que mais desejava: “Estudo com o fim exclusivo de trabalhar para a salvação D´almas”.

De saúde frágil, a jovem Elizabeth desde muito cedo lutava contra as debilidades que lhes eram impostas, sem  perder a fé e o desejo de servir. Após um ano da sua formatura, tem diagnosticada uma tuberculose óssea (em 04/03/1908) que lhe afetava, além dos dedos das mãos e dos pés, as cordas vocais e o coração. Desenganada, em vias de ter o braço amputado, vai a Lourdes com uma certeza: “Nossa senhora há de me curar!”.

Assim, afirmando que “Eu colocarei minha vida e minha morte nas mãos de Maria", Elizabeth vai ao santuário e, durante a procissão é curada (sendo este um dos milagres de Lourdes reconhecido pela Igreja). Volta a casa com a certeza de que deverá entregar a sua vida em favor dos mais necessitados.  É aceita em Mülheim-Sichtigvor na diocese de Paderborn, onde  iniciou as atividades em 13 de agosto de 1909.

Chega ao Brasil em 13 de novembro de 1910 para fundar, em 05 de dezembro do mesmo ano, a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus.

Esta história você conhecerá inteiramente, com todos os detalhes, nas próximas postagens, acompanhem.

sábado, 31 de agosto de 2013

Hermínio de Miranda 5

Para finalizar, alguns aspectos curiosos em Hermínio Miranda:

1. Ele não é um escritor que se poderia dizer popular. Conquanto em alguns instantes demonstre intenções nessa direção, sua linguagem o trai, seu estilo é denso e portador de uma seriedade do tipo que não se permite, leves que sejam, algumas pitadas de jocosidade. Às vezes tenta, mas não logra sucesso. Por isso, seria interessante analisar a razão da excelente vendagem de seus livros;

2. Miranda abusa das conceituações e dos esclarecimentos tendo por base os dicionários e enciclopédias. Tem-se a impressão de que escreve com o "Aurélio" e a "Britânica" ao lado, a eles recorrendo constantemente. Isso pode significar, por exemplo, uma tendência ao didatismo, ao mesmo tempo em que preocupação com o produto final da recepção do leitor;

3. Verifica-se, também nele, uma quase excessiva preocupação de convencer o leitor de que não deseja modificar sua opinião acerca de determinados aspectos especialmente ligados à crença. Ao analisar o conjunto de sua obra, este fato se destaca com certa nitidez, contrastando com a firmeza com que defende suas opiniões.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Hermínio de Miranda 4

Também aqui, o material colhido por Miranda vai servir para as diversas outras obras que escreve, como é o caso, por exemplo, do livro Condomínio Espiritual, em que penetra com certa ousadia no terreno das ciências psicológicas, analisa a Síndrome da Personalidade Múltipla (SPM) e apresenta conclusões do tipo: "Se o leitor estiver a perguntar-se por que razão entra em cena a mediunidade nesta discussão, devo dizer-lhe que, a ser legítima a proposta de que são autônomas as personalidades que integram o quadro da chamada grande histeria (SPM), é de pressupor-se no paciente faculdades mediúnicas mais ou menos indisciplinadas, mas atuantes, que permitem não apenas o acoplamento de outras individualidades ao seu psiquismo, como manifestações de tais entidades através de seu sistema psicossomático" (pág. 26). Para deixar ainda mais claro o seu pensamento, Miranda afirma: "Pela minha ótica pessoal, a SPM não seria psicose nem neurose, mas faculdade mediúnica em exercício descontrolado" (pág. 252).

Ainda no plano das vidas sucessivas, Miranda acreditava ser a reencarnação de um dos fiéis colaboradores de Martinho Lutero ao tempo da Reforma, tendo por esta personalidade uma inusitada admiração. Seus estudos sobre vidas anteriores incluem Lutero (este seria a reencarnação de Paulo). Isto talvez explique, entre outras coisas, o também grande interesse de Miranda pela teologia e, em especial, o Cristianismo, valendo destacar aí os dois volumes de As Marcas do Cristo e ainda Cristianismo: A Mensagem Esquecida.

Não se pode, portanto, deixar de mencionar neste ponto duas coisas: sendo afeito ao estudo da teologia, Miranda não se mostrava um místico do tipo comum; apesar disso, é francamente partidário do aspecto religioso do Espiritismo, revelando-se aqui um dos poucos momentos de sua obra em que é contundente: "O Espiritismo está coerente com essa mensagem imortal, e, por isso, implantou-se tão solidamente sobre alicerce de três "pilotis": ciência, filosofia e religião. Hoje, examinando os fatos do ponto de vista privilegiado da perspectiva, sabemos que o suporte religioso é o mais importante dos três". Segue, portanto, a linha Emanuelina, em que não se contenta apenas em apontar sua visão, mas destaca o que entende ser o aspecto primordial: o religioso. Eis que o confirma: "O Espiritismo (...) se resume, em última instância, em uma proposta clara e objetiva de esforço pessoal evolutivo para substituir religiões salvacionistas, dogmáticas e irracionais. Fé racionalizada, purificada e sustentada pela experimentação, continua sendo fé, mais do que nunca. Se isto não é religião, que seria, afinal?".


domingo, 25 de agosto de 2013

Hermínio de Miranda 3

A seriedade de Miranda, nesta como em outras obras, é incontestável. Correndo o risco de ser contestado, avança ele na defesa de idéias próprias em alguns casos, inovando senão na originalidade do assunto pelo menos na utilização de novas designações para fatos conhecidos, como é o caso de seu "replay", nome que atribui ao fenômeno observado por Ernesto Bozzano em "A Crise da Morte", a respeito das lembranças que o indivíduo repassa no instante da desencarnação.

Seu pensamento é de que "o historiador ou historiógrafo não deve imaginar fatos inexistentes para preencher lacunas ou justificar a "sua" filosofia da História. Deve limitar-se a narrar os fatos, tal como se apresentam na documentação existente ou na melhor e mais verossímil tradição".

Ao lado de sua farta produção na linha da reencarnação, Miranda revela-se igualmente interessado nos fatos mediúnicos, privilegiado que foi pela convivência com alguns médiuns férteis em material de análise. Sua capacidade de registrar as informações obtidas por esta via, bem como de ampliá-las com pesquisas bibliográficas, permitiu-lhe escrever inúmeros livros, numa relação de que desponta a série Histórias que os Espíritos Contaram - nada menos de cinco volumes, três dos quais publicado pelo Correio Fraterno: A Dama da Noite, A Irmã do Vizir e O Exilado. Nestas obras surpreende o fato do autor trabalhar com a regressão de memória nos espíritos manifestantes.

Esta relação íntima com o plano invisível, que o autor diz ter durado algumas décadas em ambiente apartado do centro espírita, principiou por uma constatação: "Ao iniciar-se a tarefa, o conceito que eu formulava acerca dos espíritos era o dos livros que estudara durante o período de instrução e formação. Para mim, seriam entidades que, de certa forma, transcendiam a condição humana, quase como abstrações vivas, situadas numa dimensão que meus sentidos não alcançavam. Mas não era nada disso, os espíritos são gente como a gente! Sofrem, amam, riem e choram. Experimentam aflições, desalentos, alegrias, esperanças, tudo igual".


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Hermínio de Miranda 2

Miranda não era um pesquisador do tipo Ian Stevensson ou Hernani Guimarães Andrade. Enquanto estes se preocupam com a análise dos fatos em seus detalhes comprováveis, quando trata da reencarnação Miranda se vale habitualmente de pesquisa biográfica com apoio em bibliografia consistente, em que estão presentes, inclusive, obras de história. É bem verdade que o seu livro mais denso sobre o tema - "Eu sou Camille Desmoulins" - escrito em parceria com o sujet da pesquisa, Luciano dos Anjos, conta com um outro tipo de apoio: a regressão de memória. É também verdadeiro o fato de utilizar as experiências com regressão de memória em outras obras sobre a reencarnação. Sua argumentação, entretanto, privilegia a comparação de dados biográficos, no que é rigoroso se assim podemos nos expressar.

O livro referido merece uma certa atenção, haja vista para as discussões que despertou quando de sua aparição no mercado, em especial por alguns detalhes curiosos: Luciano dos Anjos, sujeto e personagem principal, é figura polêmica por suas preferências político-doutrinárias, em que se arrolam o discutível gosto pelo francês Roustaing (aquele do corpo fluídico de Jesus) e uma atuação extravagante no período em que esteve na Federação Espírita Brasileira. Estes fatos levantaram suspeitas sobre o livro, mas é preciso reconhecer a seriedade de Hermínio Miranda tanto na condução das pesquisas quanto na comprovação das informações obtidas durante os transes. Aliás, a polêmica surgiu antes mesmo da publicação do livro quando Luciano teria vetado a informação constante dos originais de que, em transe, se opunha à teoria roustainguista.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ser ou Não Ser Espírita? Eis a Questão. (Paulo de Tarso)

Ser ou Não Ser Espírita? Eis a Questão.

Realizamos em nossa casa, todas as quartas feiras, uma doutrinária nos moldes do evangelho no lar. O evangelho aberto a esmo, um texto, e um palestrante que o comenta, abrindo em seguida para comentários e dúvidas da audiência presente no dia. Com uma linguagem simples, exemplos do quotidiano, além dos textos oficiais lidos e comentados, a sessão transcorre sem maiores altercações, mesmo porque, dentro desta metodologia, é comum recebermos perguntas relativas a curiosidades da doutrina, das questões humanas e da sua relação com a espiritualidade, de fácil resolução. Contudo, às vezes, não é isto que acontece.
Certa feita, após a leitura e comentários do orador, uma pergunta surgiu na plateia: “Eu sou Espírita ou Espiritualista? Qual a diferença entre os dois?
Facilmente respondível, bastava buscar as definições dogmáticas para esclarecer o tema: Espirita é todo aquele que acredita em Deus, na imortalidade da alma, na comunicabilidade dos Espíritos, na pluralidade dos mundos habitados e na reencarnação. Espiritualista é aquele que crê em um algo mais além da carne, possível de interagir conosco no ciclo das nossas vidas.
Tais respostas, embora corretas, carecem de sentido prático mais objetivo, sendo uma forma de deixar mais dúvida na mente daqueles que querem realmente compreender. Crer nos princípios da doutrina ou dizer que creio me faz espírita?  Frequentar uma casa espírita me faz espírita? Usar e abusar do arquétipo do Espirita me faz espírita? Ir para as ruas ajudar a um pobre, de quando em quando, me faz um verdadeiro espírita? Ler as obras de Kardec, sabendo pronunciá-las de cor e salteado, me faz um verdadeiro Espírita? Com a palavra, as nossas consciências.
Prevendo este tipo de dúvida, Kardec pronunciou:  “ Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações”. Observemos que ele não falou: Leiam meus livros, falem baixinho, se abracem sorrindo ou outros comportamentos típicos daqueles que se dizem espiritas. E isto torna a nossa resposta um pouco mais complexa.
Observando o movimentado movimento espírita, podemos ver uma chuva de vaidades, orgulhos em flor de pele, disputas internas de poder nas casas espíritas, irmãos protagonistas de hecatombes morais, assistindo ainda certo descuido com a diferença entre o ser e o não ser espirita. Ser espírita significa entender o que nos acontece após a vida carnal e, pela interação com os espíritos, a certeza de que usufruiremos de um paraíso prometido no reino dos céus. O contrário, não ser espirita, significa ficar na fila dos errantes umbralinos, dadas as perspectivas de avaliação negativa das suas consciências. Tal fato, embora ocorra, mostra-nos o quanto ainda estamos distantes de Kardec.
Muitas denominações religiosas se intitulam espíritas, pelo fato de que corroboram com a comunicação com o além. Contudo, o professor Rivail nos ensinou que as coisas do mundo espiritual são desvinculadas da terra, que a verdadeira evolução espiritual se dá na descoberta do ser em si, sem a necessidade de símbolos materiais para esta redenção. No espiritismo não existe Alo redenção e sim Auto Redenção. Por isto, a doutrinação de espíritos em metodologia mista (trazer os espíritos para as coisas da terra e usá-los por suas forças sobrenaturais) constitui ainda em  pouco entendimento do valor real da espiritualidade. Nenhuma doutrina ou religião é errada por fazer isto ou aquilo, mas podemos pensar em formas diferentes de ver a mesma coisa, confrontando a lógica de cada qual para um melhor entendimento. Quando Jesus falava que o “Reino do Céu é como...” em sete parábolas dirigidas aos apóstolos, se referia a algo que deve crescer em nós, e não vir para nós (um grão de mostarda, uma pérola, um tesouro, uma rede de pesca, etc). No caminho do átomo ao arcanjo proposto pelo espiritismo vemos um descamar do ser em busca do principio inteligente que o habita, percorrendo a Via Crucis das encarnações, intercaladas entre a redentora morte e o renascimento bendito. É uma busca interior, sem a qual nada se cria, tudo se ilude e afasta.
Assim, o espiritismo puro não é dogmático e pretencioso, como podem pensar alguns místicos confrades. É simples e livre, bastando para isto entende-lo (e não há outra forma de entendê-lo senão o estudo sistemático da literatura de base), e aprofundá-lo (através da vasta literatura séria complementar). Praticá-lo com a simplicidade da Sociedade de Estudos Espíritas, onde o pedreiro e o médico compartilhavam da mesma mesa, com a abnegação de quem crê que fora da caridade não há salvação, com a certeza de que somos espíritos e de que a vida é senão uma abordagem passageira para aplainarmos as nossas arestas morais, sem apegos desnecessários, ritualismos inúteis e ideias distorcidas de uma verdade fácil de ser conhecida.
Ser ou não ser espirita, será, portanto, uma condição moral, de realidade de vida, de verdadeira transformação do ser por conta do seu contato com a revelação vinda do mundo dos espíritos e corroborada pelo evangelho de Jesus. Aos que vivem esta verdade e seguem este caminho encontram inexoravelmente a Jesus, nosso mestre, mentor e guia, conforme ele mesmo assim o predisse, ou, ainda conforme Kardec: “São, afinal, os espíritas imperfeitos, alguns dos quais estacionam no caminho ou se distanciam dos seus irmãos de crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou porque preferem a companhia dos que participam das suas fraquezas ou das suas prevenções. Não obstante, a simples aceitação da doutrina em princípio é um primeiro passo, que lhes facilitará o segundo, numa outra existência. Enquanto um se compraz no seu horizonte limitado, o outro, que compreende a existência de alguma coisa melhor, esforça-se para se libertar, e sempre o consegue, quando dispõe de uma vontade firme”.

Paulo de Tarso

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobre o tempo II - Edvaldo Júnior


Sobre o Tempo II

Estava lendo sobre a teoria de Einstein “O paradoxo dos gêmeos”
Nessa teoria ele diz que se pegarmos dois gêmeos e deslocarmos um em alta velocidade, ele retornará mais jovem do que o outro.
Em Outubro de 1971, J.C. Rafele e R.E. Keating conduziram uma experiência prática. A narração da experiência segue:
“…relógios atômicos de césio foram colocados em jatos comerciais. Um relógio ficou em Washington enquanto outros voaram ao redor do mundo, um em direção a leste e outro em direção ao oeste, até completarem uma volta e retornarem ao ponto de origem. Na volta, o que voou a leste perdeu 59 nano segundos e o que voou ao oeste ganhou 273 nano segundos em relação ao que ficou estacionado em Washington…”
Mas como ocorreu essa variação na natureza do tempo? A resposta é que o tempo é uma grandeza, portanto ele “não passa”, como normalmente falamos, somos nós que nos deslocamos, e para isso levamos em consideração a velocidade desse deslocamento. É claro que outras variantes deverão ser incluídas para justificar o resultado, tal como, a um jato deve ser adicionado a velocidade da rotação da terra, enquanto ao outro deve ser subtraído, além da gravidade e outros fatores que influenciam na vibração do corpos dos relógios atômicos de césio. Mas o que me chama mas a atenção é em relação ao tempo das diversas dimensões, como a terceira e quarta dimensão. O tempo do espírito não pode ser igual ao nosso, já que a sutileza de seus corpos fisicamente falando influenciariam no resultante tempo.
Uma coisa interessante de se comparar agora é o pensamento, isso talvez explique a questão do tempo ser tão diferente em relação ao que fazemos. Por exemplo, se você está fazendo algo muito interessante, parece que o tempo “passa” mais rápido, enquanto se estiver numa fila parece não “passar”.


domingo, 11 de agosto de 2013

Dia dos PAIS

FELIZ DIA DOS PAIS

“Haverá lugar mais seguro no mundo, do que os braços de meu pai?

Haverá abraço mais forte, presença mais certa, do que a certeza de meu pai?

Depois de partir tantas vezes, depois de lutar tantas vezes, haverá outro lar para onde eu possa voltar, senão para a mansão do coração de meu pai?

Haverá professor mais dedicado, médico mais experiente, conselheiro mais sábio do que este?

Haverão olhos mais zelosos, ouvidos mais atentos, lágrimas mais sentidas, sorrisos mais serenos do que os dele?

Existirá mais alguém no mundo que lute por mim como ele? Que se esqueça de suas necessidades pensando nas minhas? Que esteja lá, em qualquer lugar, a qualquer hora, por seu filho?

Existirá mais alguém no mundo que renuncie a seus sonhos pessoais por mim, e que chegue até a tornar os meus sonhares os seus próprios, por muito me amar, e por muito querer me ver feliz? Existirá alguém?

Raros são os corações como o dele. Raro como a chuva durante a estiagem. Raro como o sol nas noites eternas dos pólos terrenos.

Nossos pais são únicos. São destas almas que Deus, em sua bondade sem fim, coloca em nossas vidas, para torná-las completas.

Nossos pais são únicos. São as estrelas que permanecem no firmamento, dando-nos a beleza e a luz da noite, sem nada exigir em troca.

São tão valorosos, que mesmo após se tornarem invisíveis aos olhos, e serem vistos apenas em fotografias e sonhos, continuam conosco, com o amor de sempre, com o abraço seguro de todas as horas.”

É por tudo isso que preciso lhe dizer, pai, não somente hoje, mais em todas as manhãs que a vida nos proporcionar; que se meus passos são mais certos hoje, é porque souberam acompanhar os seus; que se hoje sou mais responsável, é porque minha responsabilidade se espelhou na sua; e que se hoje sonho em ser pai, é porque tive em você a maior de todas as inspirações.

Não sabemos ao certo o tempo em que estaremos juntos, aqui, nesta jornada, mas saiba que nada me fará mais feliz no futuro do que reencontrá-lo, tantas e tantas vezes, em tantas e tantas vidas, porque jamais existirá lugar mais seguro no mundo, do que os seus braços, meu pai querido.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mês de julho Homenagem a Hermínio Correa de Miranda...

HERMÍNIO DE MIRANDA

Um dos escritores espíritas mais lidos da atualidade, também tradutor, Hermínio Correa de Miranda, nascido em 1920, tem um fôlego para pesquisas e leituras tão amplo que não seria de todo equivocado afirmar que é o escritor dos escritores. Equipara-se, talvez, neste aspecto e em certa medida a Ernesto Bozzano. Em sua obra, extensa e também densa, sobressaltam as referências bibliográficas, ao lado de suas preferências temáticas e de uma preocupação constante com as conceituações, que deseja colocar claras para melhor expressão do seu pensamento.

Tendo residido por algum tempo nos Estados Unidos, a serviço profissional, aprimorou ali não só os seus conhecimentos do inglês como também o gosto pela literatura profusa do país de Tio Sam, em especial as obras relacionadas aos temas de sua preferência.

Sem qualquer pretensão de analisar a obra completa de Miranda, podemos destacar quatro de suas opções temáticas: cristianismo (leia-se teologia), mediunidade, regressão de memória e reencarnação. Esta última, porém, parece estar muito à frente das outras, como atesta o prefaciador de um dos seus livros: "Em Doutrina Espírita, o ponto que mais o atrai é a reencarnação". Mais do que isso, é também assunto freqüente em praticamente toda a sua obra, pois, sempre que pôde ele o introduziu em reforço de seu pensamento.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Dia Internacional Nelson Mandela

Dia Internacional Nelson Mandela

Hoje 18 de julho de 1918 Nelson Mandela completa (95 anos).

O Dia Internacional Nelson Mandela - Pela liberdade, justiça e democracia é uma comemoração internacional instituída pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas em novembro de 2009, a ser comemorado em todos os dias 18 de julho, data de nascimento do líder sul-africano Nelson Mandela.

Por meio da Resolução A/RES/64/13 a ONU homenageia a dedicação de Mandela a serviço da humanidade, pela resolução de conflitos, pela relação entre as raças, promoção e proteção dos direitos humanos, a reconciliação, igualdade de gêneros e direitos das crianças e outros grupos vulneráveis, e ainda pelo desenvolvimento das comunidades pobres ou subdesenvolvidas.

Com esta data os países-membros reconhecem sua contribuição pela democracia internacional e a promoção da cultura da paz através do mundo.

Na data em que Madiba completa 95 anos, chefe da ONU diz que ajudar ao próximo pode ser o "melhor tributo ao homem que personifica os mais altos valores da humanidade"; atividades serão realizadas em vários países.

No Dia Internacional Nelson Mandela, as Nações Unidas e a Fundação Mandela estão incentivando pessoas do mundo todo a contribuir com 67 minutos de seu tempo a algum trabalho voluntário.

O período simboliza os 67 anos em que Madiba lutou pelos direitos humanos e pela justiça social. 

Simplicidade

De Maputo, o autor do livro "Obrigado, Madiba", que está sendo lançado nesta quinta-feira, falou à Rádio ONU sobre o caráter de Mandela. Abílio Soeiro conta que os dois tornaram-se grandes amigos.

"Ele modificou a minha vida, foi ele quem fez com que eu voltasse aos bancos da escola, depois de 37 anos, para fazer a minha licenciatura e o meu mestrado, graças à influência que ele teve sobre mim. A maneira dele ser, de estar, sua dignidade e aquilo que ele transmite aos outros em termos de valores e a simplicidade desse grande homem."

Benefícios

Em mensagem sobre o dia, o Secretário-Geral da ONU pede "reflexão profunda sobre a vida e o trabalho de Madiba", que continua hospitalizado. Ban Ki-moon parabeniza Mandela pelo aniversário e pede às pessoas que "ajam em benefício ao próximo."

Para Ban, o trabalho voluntário é o "melhor tributo que se pode pagar a um homem extraordinário, que incorpora os valores mais altos da humanidade." O chefe da ONU destaca que em "um momento difícil, os pensamentos e orações estão com Nelson Mandela, sua família e o povo da África do Sul."

Praias

Em Nova York, funcionários das Nações Unidas vão trabalhar como voluntários em duas das áreas mais afetadas pelo furacão Sandy, que atingiu a cidade no ano passado.

Equipes irão limpar e coletar material de residências destruídas, além de lixar, passar massa e pintar as casas. O voluntariado será realizado em duas áreas próximas ao mar: Long Beach e Far Rockaway.

A Fundação Nelson Mandela tem mais ideias de ações, como organizar a limpeza de parques, ruas e praias; ler para uma pessoa cega; ajudar um idoso a fazer compras no supermercado, ajudar em um canil para animais abandonados e doar livros usados para escolas ou bibliotecas públicas.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

10 Curiosidades sobre Nelson Mandela

10 Curiosidades sobre Nelson Mandela

1. O pai de Nelson Mandela, Henry Mandela, era chefe da tribo dos tembus. A mãe, Nosekeni Fanny, era a terceira das quatro esposas de Henry.

2. O nome verdadeiro de Nelson Mandela é Rolihlahla, que, no idioma da tribo dos tembus, significa "encrenqueiro". O nome Nelson foi escolhido por uma professora branca da escola metodista que ele frequentou.

3. Ainda era estudante de Direito quando se envolveu na luta contra o Apartheid. Aos 29 anos, uniu-se ao Congresso Nacional Africano (CNA) e, um ano mais tarde, com a vitória eleitoral dos apoiadores da política de segregação racial, em 1948, Mandela tornou-se um membro ativo no Congresso. No ano seguinte, fundou a organização Liga Jovem do CNA, junto com personalidades como Walter Sisulu e Oliver Tambo.

4. Desde seu envolvimento contra a política de segregação racial, Mandela sempre rejeitou atos violentos para defender sua causa. Isso mudou em 1960, depois do massacre de Sharpeville no dia 21 de março. A polícia sul-africana atirou em manifestantes negros desarmados, deixando 180 feridos e 69 mortos. Depois do incidente, o CNA de Mandela e outros grupos antiapartheid foram colocados na ilegalidade pelo governo. Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe (MK), que significa “Lança da Nação”. À frente do MK, ele comandou uma campanha de sabotagem contra militares e o governo, planejando também uma possível guerrilha, se o projeto falhasse e não colocasse um ponto final na separação entre negros e brancos na África do Sul. Entre suas atividades no MK, estavam arrecadar fundos e criar condições para o treinamento paramilitar do grupo.

5. Não demorou para que fosse contido pelo governo sul-africano. Em 1962, foi preso sob a acusação de viagens ilegais e incentivos a greves. Passados os 5 anos a que fora condenado, foi julgado novamente e, dessa vez, a sentença foi a prisão perpétua por planejar ações armadas, como a sabotagem, e conspirar a ajuda de outros países para invadir a África do Sul. Dessas acusações, Mandela só admite a primeira. Em fevereiro de 1985, Mandela recebeu a proposta de ganhar a liberdade condicional. Em troca, deveria cessar o incentivo à luta armada pela causa antiapartheid. Recusou. Mandela permaneceu preso por 26 anos. 

6. Preso, em 1989, o ativista recebeu o Prêmio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos. Em 1993, Mandela e Klerk receberam o Prêmio Nobel da Paz pelos esforços para acabar com a segregação racial em seu país.

7. A pressão internacional e a campanha do CNA fizeram com que, em 1990, Frederik Willem de Klerk, o último presidente do Apartheid, decidisse pela libertade do ativista. Ele foi solto no dia 11 de fevereiro. O atraso de duas horas na apresentação após sua libertação gerou rumores de que não ele não teria sido solto, o que causou um quebra-quebra nas ruas de Johanesburgo. Na verdade, a culpa era de sua mulher Winnie Madkizela, que estava no cabeleireiro.

8. Em 1994, a África do Sul viveu suas primeiras eleições multirraciais. Mandela, então, foi eleito presidente do país. Durante seu governo, comandou a transição do regime do Apartheid. Mandela permaneceu na presidência da África do Sul até 1999.

9. Mandela já se referiu ao cubano Fidel Castro e ao líbio Muammar al-Gaddafi de “irmãos das armas”, o que gerou críticas ao líder sul-africano.

10. Em 2001, tratou-se e foi curado de um câncer de próstata. A rotina de trabalho forçado e insalubridade na prisão de Robben Island afetaram seus canais lacrimais. Por 10 anos, não pôde chorar. Ainda hoje, tem fotofobia, além de esporádicos lapsos de memória.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Mês de julho Homenagem a Rolihlahla Madiba Mandela

Nelson Mandela

Nelson Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Seu nome verdadeiro é Rolihlahla Madiba Mandela. Principal representante do movimento antiapartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.

De etnia Xhosa, Mandela nasceu num pequeno vilarejo na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali se interessou pelo boxe e por corridas. Após se matricular, começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.

Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.

Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942 e dois anos depois fundou, com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade – documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid.

Comprometido de início apenas com atos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros militantes. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para o Marrocos e Etiópia para treinamento paramilitar.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas antiapartheid em vários países.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois se casou com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.

Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.

A comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows, que ocorreu em Londres, em julho de 2008, e contou com a presença de artistas e celebridades engajadas nessa luta.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

O SUPÉRFLUO

O SUPÉRFLUO

Por toda parte na Terra, vemos o fantasma do supérfluo enterrando a alma do homem no sepulcro da aflição.
Supérfluo de posses estendendo a ambição...
Supérfluo de dinheiro gerando intranquilidade...
Supérfluo de preocupações imaginárias, abafando a harmonia...
Supérfluo de indagações empanando a fé...
Supérfluo de convenções expulsando a caridade...
Supérfluo de palavras destruindo o tempo...
Supérfluo de conflitos mentais determinando a loucura...
Supérfluo de alimentação aniquilando a saúde...
Supérfluo de reclamações arrasando o trabalho...
Entretanto, se o homem vivesse de acordo com as próprias necessidades, sem exigir o que ainda não merece, sem esperar o que lhe não cabe, sem perguntar fora de propósito e sem reprovar nos outros’ aquilo que ainda não retificou em si mesmo, decerto, a existência na Terra estaria exonerada de todos os tributos que aí se pagam diariamente à perturbação.
Se procuras no Cristo o Mentor de cada dia, soma as tuas possibilidades no bem, subtrai as próprias deficiências, multiplica os valores do serviço e da boa vontade e divide o amor para com todos, a fim de que aprendas com a vida o que te convém realmente à própria segurança.
O problema da felicidade não está em sermos possuídos pelas posses, quaisquer que elas sejam, mas em possuí-las, com prudência e serenidade, usando-as no bem de todos que é o nosso próprio bem.
Alija o supérfluo de teu caminho e acomoda-te com o necessário à tua paz.
Somente assim encontrarás em ti mesmo o espaço mental indispensável à comunhão pura e simples com o nosso Divino Mestre e Senhor.

-Chico Xavier/Emmanuel

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Onde anda Emmanuel?

No livro , cujo título é 'Deus Conosco', publicado pela Vinha de Luz Editora, e da autoria do espírito de Emmanuel pela, até então, inédita psicografia de Chico Xavier, na pág. 43, ao falar-se sobre as vidas sucessivas de Emmanuel, encontramo-nos com os relatos do próprio Chico Xavier sobre a reencarnação do seu benfeitor espiritual, no início do século XXI. 

Com a partida do médium passámos a sentir-nos órfãos, desamparados… contudo, esta informação, que a seguir se reproduz, conforta-nos e dá-nos a certeza de que Emmanuel já se encontra entre nós.

A luz da esperança volta a brilhar nas nossas vidas.

'Deus Conosco'

Segundo testemunham várias pessoas que conviveram intimamente com o médium Chico Xavier, este terá afirmado que o espírito do benfeitor Emmanuel já está na face da Terra, entre nós, pela via da reencarnação. 

Um dos depoimentos, é o da D. Suzana Maia Mousinho (filha do Dr. Carlos Chagas.Ele após sua desencarnação.. escreveu com o pseudônimo de André Luis,a coleção "Nosso Lar").. presidente e fundadora do 'Lar Espírita André Luíz' (LEAL), de Petrópolis/RJ, amiga do médium desde 8 de Novembro de 1957. 

Francisco Cândido Xavier, confidencialmente, contou-lhe pormenores da reencarnação de Emmanuel, dizendo-lhe que este voltaria à Terra no interior do estado de São Paulo, no seio da família que foi constituída pelo casal D. Laura e Sr. Ricardo, personagens do livro 'Nosso Lar', de André Luíz. 

Mais tarde, o estimado médium Chico Xavier novamente voltou a falar do assunto com D. Suzana, afirmando ter presenciado o regresso à vida física do seu benfeitor no ano 2000, tendo visto assim confirmadas as previsões espirituais a tal respeito. 

Este fato está de acordo com os depoimentos feitos em público pelo médium mineiro em três ocasiões diferentes e que se encontram inseridos nos seguintes livros:

a) No 'Entrevistas' (IDE, 1971). Ao responder à pergunta 61, sobre a futura reencarnação de Emmanuel, Chico Xavier declarou: 'Ele (Emmanuel) afirma que, indiscutivelmente, vai voltar a reencarnar, mas não diz exatamente o momento preciso em que isso se verificará. No entanto, pelas suas palavras, admitimos que deverá regressar ao nosso meio de espíritos encarnados, no fim do presente século (XX), provavelmente na última década';

b) No 'A Terra e o Semeador' (IDE, 1975). Na resposta à pergunta nº. 33, Chico Xavier disse: 'Isso tem sido objeto de conversas entre ele (Emmanuel) e nós. Ele costuma dizer que nos espera no Além para, a seguir, regressar à vida física'; e 

c) A terceira confirmação de Chico, está exarada no livro organizado pela Dra. Marlene Nobre, sob o título 'Lições de Sabedoria' (FE, 1997), onde, na pág. 171 da 2ª. edição, Gugu Liberato pergunta a Chico Xavier: 'É verdade que o espírito Emmanuel, que lhe ditou a base do Espiritismo prático no Brasil, se prepara para reencarnar?' Ao que Chico respondeu: 'Ele diz que virá novamente daqui a pouco tempo, para trabalhar como professor.'

Uma vez, estando à conversa comigo em Uberaba e falando sobre a volta de Emmanuel, Chico também me comentou: 'Geraldinho, o nosso compromisso – meu e de Emmanuel – com o Espiritismo na face da Terra tem a duração de três séculos e só acabará no fim do século XXI'.

Outro depoimento público acerca da reencarnação do seu benfeitor Emmanuel, encontra-se no duplo DVD 'Chico Xavier Inédito – de Pedro Leopoldo a Uberaba', organizado por Oceano Vieira de Melo e lançado em 2007 pela Versátil. No segundo DVD estão reunidos vários testemunhos de 2007, entre eles, o do confrade Dr. Elias Barbosa, de Uberaba, onde este declara textualmente: 'Eu me lembro dele (Chico) falar uma vez, e para todo o mundo, não foi só para mim não, que quando ele desencarnasse o Emmanuel iria reencarnar. Isto é o que ele falou: 'O nosso Emmanuel, gente, vai voltar! Está só à espera de eu partir...'

Como sabemos que Chico Xavier, no fim da sua vida física, tinha recebido uma extensão de tempo, concretizada numa nova moratória, permanecendo por isso mais tempo entre nós, segue-se outro depoimento, bastante esclarecedor, e que, por causa disso mesmo, se reveste da maior importância:

A D. Suzana Maia Mousinho e a sua nora, a D. Maria Idê Cassaño Mousinho, referiram que Chico Xavier lhes revelara em Outubro de 1996, que a filha da D. Maria Idê estava grávida e que as duas em breve seriam respectivamente bisavó e avó.

Chico acrescentou ainda que o espírito de Emmanuel se tinha empenhado pessoalmente, em conjunto com o benfeitor espiritual do LEAL, Wilton Ramos Oliva, na selecção das características genéticas da futura criança (Carlos Augusto), para lhe garantirem sucesso na reencarnação. 

Este ato do espírito de Emmanuel – segundo Chico Xavier lhes explicou – tinha sido o último dele na crosta terrestre, pois a partir daí (fins de 1996), Emmanuel subira aos planos mais altos da vida espiritual para, durante aproximadamente dois anos, se preparar para a sua própria reencarnação, a fim de regressar à vida física no início do século XXI.

Por último, aqui deixamos o testemunho de Sónia Barsante, residente em Uberaba (MG) e frequentadora do 'Grupo Espírita da Prece' de Chico Xavier, que referiu que num determinado dia do ano 2000, estando ela e outros companheiros reunidos com Chico, este se tinha ausentado em transe mediúnico durante alguns instantes.

Ao regressar, contou-lhes alegremente que tinha ido em desdobramento espiritual, até uma cidade do estado de São Paulo visitar um bebé, que era o espírito de Emmanuel, já reencarnado. E rematou, dizendo a todos os que estavam presentes: 'vocês ainda vão reconhecê-lo!'