quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Entrevista com a Irmã Dulce PARTE IV de V


No meio da feiura que o mundo de hoje oferece, onde podemos encontrar a beleza?
Irmã Dulce - A beleza está nas pessoas, nas plantas, nos bichos, em todas as coisas de Deus. É mais intensa ainda nos olhos de quem consegue ver, acima da simplicidade, a beleza com que ele criou cada pequeno detalhe da vida.
Confiança em Deus... A Irmã poderia dar um exemplo do que seria essa confiança, sobretudo em tempos de incerteza?
Irmã Dulce - "Na viagem que Deus nos reservou na terra, temos que estar preparado para as possíveis incertezas do tempo. Traga sempre um agasalho para se proteger nos dias cinzentos de frio e sempre tenha no rosto um sorriso pronto a se iluminar, porque o inverno não consegue resistir ao brilho da luz do sol.
Não desanime! Coragem! As coisas de Deus são muito difíceis, mas não devemos desanimar. Nisto está o nosso mérito: sofrer, lutar e confiar na Misericórdia Divina."
"Aqui (nas Obras Sociais) nós vemos diariamente a mão de Deus. Assistimos à repetição do milagre dos pães e dos peixes. Por isso, mesmo com todas as dificuldades, conseguimos atender a todos os que nos procuram. É preciso que tenhamos fé e esperança em um futuro melhor. O essencial é confiar em Deus.
Considero tudo o que foi conseguido até hoje como um milagre de Deus."
É fundamental preocupar-se com uma vida espiritual levada a sério. Mas, e os bens materiais? A Irmã preocupa-se com eles?
Irmã Dulce - A preocupação com os bens materiais é natural, faz parte da vida humana. Mas o importante, o que de fato valoriza a vida, são os gestos que rendem juros e correção na conta aberta em nome de cada um de nós no banco do céu.
Os benfeitores, a quem eu nunca conseguirei agradecer plenamente, não se sintam completamente seguros: haverá ainda outras ocasiões em que bateremos às portas dos seus corações generosos para pedir ajuda.
E o amor a Jesus?
Irmã Dulce - Jesus nos ama tanto e sofreu tanto por nós, que o muito que fizermos a ele torna-se pouco diante do seu imenso amor (dele) por toda a humanidade.
(Devemos) agradecer a Deus por tudo: todos os sofrimentos, todas as alegrias, todas as graças que ele nos concedeu. Se amamos realmente a Deus, todos os sacrifícios não são nada, em vista do que ele sofreu por nós.
Acabou ficando uma dúvida... Peço que a senhora esclareça: Tanto trabalho, tanta ação não atrapalha o chamado à santidade, o chamado à vida de perfeição?
Irmã Dulce - Os trabalhos, os sofrimentos, nada disso nos deve afastar do nosso ideal de alcançar a santidade, a perfeição. "Sede perfeitas como vosso Pai do Céu é perfeito" é o que nos aconselha o Divino Mestre. Na vida comum, no dia a dia, podemos, com a graça de Deus e com a nossa aquiescência à graça, obter a perfeição.
(...) Continuo bem contente, brincando, sempre muito feliz, graças ao bom Deus! (...) espero de minha Mãe do Céu e de Jesus todas as graças necessárias para me tornar uma santa.(...) É o que desejo de coração.

Fonte: Coleção Cinco minutos com Deus e Irmã Dulce – Luzia Sena (org) São Paulo, Paulinas, 2011

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