Como Aconteceu?
Era 15 de
Agosto de 1909 – continua Elizabeth no raiar dos seus vinte e dois anos –
“sentia-me mais extenuada que nunca. As dores eram tão violentas que, por
diversas vezes, cheguei a desmaiar.
Pelas duas horas da tarde, tive um grande
desejo de visitar a gruta das aparições, a fim de poder rezar diante da Virgem
Imaculada. Ao aproximar-me dela, porém, com muito pesar, senti desfalecerem-se
as forças; reconduziram-me então á casa dos romeiros”.
Elizabeth
expressou o desejo de tomar parte na procissão eucarística, às 15 horas da
tarde. Levaram-na. Quando lá chegou, um sacerdote estava fazendo as orações que
,fervorosamente, eram repetidas pelo povo e pelos doentes:
“Jesus, filho de David, Tende
Piedade de Nós!”
“Bom Mestre, aquele a quem amas,
está enfermo!”
“Jesus, meu salvador,
restabelecei-me a saúde!”
Na
procissão tomavam parte muitos bispos, sacerdotes e milhares de fiéis com velas
acesas. O oficiante, que levava o santíssimo, parava diante de cada doente,
dando-lhe a bênção com a hóstia consagrada...
-
“Chegou finalmente a minha vez” -
continua Elizabeth
-
“Senti então como se Jesus pousasse a sua mão sobre minha cabeça e bem no fundo
da alma ouvi estas palavras: Filha, Sê
Curada!”.
-
“Neste momento, perdi a consciência do que me cercava. Parece-me que não foi um
desmaio, pois senti-me invadida por uma grande felicidade, que me é impossível
expressar, assim como, naquele momento, me foi impossível comportá-la no
coração, sem desfalecer”.
Este
estado durou cerca de vinte minutos, ao fim dos quais, totalmente recuperada,
verificou com espanto que, com facilidade, podia flexionar os dedos.
-“Estou
curada” – Bradava em alta voz.
Sofria
de afonia quase total há dois anos e agora a sua voz bradava pela Esplanada da
Basílica. Tiraram-lhe os pensos da mão e, nos dedos, não havia o mínimo
vestígio das feridas; achavam-se revestidos de carne e pele, adquirindo os
movimentos, perfeitamente sãos.
-“Não
é possível descrever o que senti neste momento em que, pela primeira vez após
oito meses, pude rezar de mãos postas”.
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