terça-feira, 19 de novembro de 2013

O Retorno às Atividades e o Inicio de uma Missão.

O Retorno às Atividades e o Inicio de uma Missão.

Voltando à sua amada sala de aula, Tombrock soube que deveria dedicar a sua vida a Deus. Acompanhada de sua Mãe, foi ao convento de Münster, onde não foi aceita por falta de vagas. Direcionada para outra cidade, foi aceita na pequena paróquia de Mülheim-Sichtigvor na diocese de Paderborn, onde  iniciou as atividades em 13 de agosto de 1909.

Nesta mesma época, chegou à Alemanha o bispo DOM AMANDO BAHLMANN, à procura de uma professora para o seu projeto educacional em Santarém, no Brasil. Já em Münster, estando prestes a escrever uma carta para as irmãs Clarissas manifestando o seu desejo de entrar para a clausura abandonando a carreira de professora, fez uma oração pedindo aos céus uma orientação em relação a esta decisão. Neste momento, como se uma reedição de milagre lhe tocasse a vida,  bateram à sua porta. Era um mensageiro que lhe trazia um telegrama do Bispo Bahlmann convidando-a para encontrar-se com ele, que, na ocasião, buscava uma professora para o seu projeto educacional em seu prelado no Brasil. Tombrock entendeu que esta era uma resposta de Deus. Dois dias depois, encontrou-se com o Bispo Bahlmann, em Duesseldorf, tornando-o ciente do seu desejo de dedicar-se à instrução e educação da juventude de Santarém, no Estado do Pará.

A pedido de Dom Amando, Elizabeth foi preparada para a missão pelas Irmãs Clarissas de Münster. Em 15 de agosto de 1910, Elizabeth recebeu o hábito branco e azul das Irmãs Concepcionistas que, dentro em breve, se juntariam a ela em Santarém.

Em 28 de setembro, Elizabeth chega ao Rio de Janeiro, dirigindo-se logo ao convento da Ajuda, das Irmãs Concepcionistas, que haviam prometido ajudar Dom Amando na nova fundação. Neste dia, um fato curioso narrado pela Irmã Dolores, gentil servidora do convento Dom Amando, na Bahia, elucida o quão difícil seria a adaptação da Irmã Elizabeth no Brasil. Sem falar português, ela dizia apenas: Ajuda, Ajuda... Sem que as pessoas entendessem que se tratava do convento da Ajuda. Não lhe faltaram mãos que se pusessem ao seu dispor em atendimento ao seu pedido, sem, contudo, resolverem o problema de localização de que era possuidora naquele instante.

Partem para seu novo destino, em 04 de outubro de 1910, as quatro irmãs Concepcionistas do convento da Ajuda no Rio de Janeiro e a Irmã Elizabeth, e chegam, em 13 de novembro de 1910, no porto de Santarém, à bordo do navio “Manaus”. A missão tinha como propósito a educação de crianças e jovens. Em 05 de dezembro de 1910 eles fundaram a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, a qual se dedicaria, a partir de então, aos mais variados labores missionários, sobretudo na instrução das crianças pobres, tão queridas à Elisabeth, que, ao iniciar seu noviciado, recebeu o nome de Maria Imaculada. Mais tarde, ingressaria nesta congregação, em 9 de fevereiro de 1933, a querida Maria Rita Lopes Pontes, nossa amada e inesquecível Irmã Dulce, com quem a Irmã Imaculada se corresponderia por intermédio de históricas cartas.

As 5 irmãs foram colocadas em uma residência, considerada pela Irmã Imaculada como úmida e insalubre, onde os catres as aguardavam para o merecido descanso. Madre Coleta foi indicada como abadessa por ser mais experiente e influente das quatro. Uma pequena casa as abrigou, chamada pelo Bispo de “uma casa grande”, a qual desempenhou um papel fundamental na história da congregação. Fora alugada pelo Barão de Tapajós, dado que à época, não era possível à congregação adquiri-la por ausência absoluta de fundos. Embora a casa já tivesse 25 anos de construída, as irmãs foram as primeiras moradoras.

A irmã Elizabeth começou o noviciado em 7 de dezembro de 1910. Em setembro do ano seguinte (1911), chegaram da Alemanha mais 3 postulantes: Theresia Prenger, Clara Angelkotte e Agnes Rewer. As irmãs mudaram para a casa nova, construída pelo Bispo, em 17 de dezembro de 1911, a qual ficava a alguns minutos do convento (o qual havia sido construído ao lado da casa). Elizabeth, Theresia, Clara, Agnes e Maria do Carmo seriam suas habitantes. As outras 3 Concepcionistas e duas noviças brasileiras  ( Águeda e Cecília) ficaram no convento. A nova casa foi então caracterizada pelo Bispo de Convento de Lourdes.

Em abril e maio de 1912, a nova comunidade sofreu uma redução. Duas das três noviças da Alemanha adoeceram e morreram (Theresia e Clara), vitimadas pela Febre Amarela. Uma em 10 de abril de 1912 e outra no dia 11 de abril. Ir. Agnes foi para uma casa de repouso e lá ficou até recuperar-se. No dia primeiro de maio Madre Coleta, Águeda e Cecilia viajaram para Tapajós para a missão do Cururu. Em 04 de maio, as irmãs da Ajuda, Madre Maria do Patrocínio e Madre Veronica voltam para o sul para os seus familiares. Logo depois, seguindo a mesma conduta das demais, seria a vez de Madre Maria do Carmo deixar o projeto. O convento de Lourdes foi utilizado para o isolamento de doenças contagiosas.



Foram as seguintes as irmãs de formação original:
Convento da Ajuda
Madre Maria do Patrocinio (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Veronica (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Maria do Carmo (1910 – 1912 – Voltou para o Sul)
Madre Coleta (1910 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

Alemanha
Elizabeth Tombrock
Theresia Prenger (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Clara Angelkotte (1911 – 1912 – Feleceu de Febre amarela)
Agnes Rewer

Brasil
Cecilia de Araujo (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

Águeda Britto (1911 – 1912 – Missão do Cururu em Tapajós)

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